INFORMATIVO DO INEP

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Informativo nº 168 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira - Inep
Endereço: http://www.inep.gov.br/informativo/2007/ed_168.htm
Contato: informativo@inep.gov.br
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* Maioria dos cursos superiores oferece atividades de iniciação
científica

Em resposta ao item "Seu curso oferece, além das atividades
teóricas e práticas, iniciação científica?", do questionário
socioeconômico do Enade 2007, 39,03% dos estudantes votaram
na opção "Sim, com aproveitamento regulamentar de conhecimentos
para a integralização curricular".
Leia também:
* 58,4% dos cursos superiores oferecem programas de extensão
* Monitoria está presente em 57,4% dos cursos superiores
* 52,7% dos participantes do Enade 2007 consideram currículo
bem integrado
* Para 55,7% dos estudantes, equipamentos de laboratório dos
cursos superiores estão atualizados e bem conservados
* Maioria dos alunos soube do Enem 2007 pelos professores e
pela escola
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Para acessar o informativo nº 168, entre no endereço:
http://www.inep.gov.br/informativo/2007/ed_168.htm
Contato: informativo@inep.gov.br
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UTILIDADE PÚBLICA

LEI Nº 11.225, de 20 de novembro de 1999

Procedência – Dep. Adelor Vieira
Natureza – PL 246/99
DO. 16.295 de 30/11/99
Fonte – ALESC/Div. Documentação

Estabelece períodos para realização de concursos destinados a provimento de cargos públicos e exames vestibulares no Estado de Santa Catarina e adota outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA,
Faço saber a todos os habitantes deste Estado que a Assembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º As provas de concursos públicos e os exames vestibulares de Instituições Públicas ou Privadas, serão realizadas no Estado de Santa Catarina, no período de domingo à sexta-feira, no horário compreendido entre às oito e dezoito horas.
§1º Quando inviável a promoção dos certames em conformidade com o caput, a entidade organizadora poderá realizá-los no sábado devendo permitir ao candidato, que alegue e comprove convicção religiosa, a alternativa da realização das provas depois das dezoito horas.
§2º Na hipótese do parágrafo anterior, o candidato ficará incomunicável, desde o horário regular previsto para os exames até o início do horário alternativo para ele estabelecido previamente.

Art. 2º Os estabelecimentos de ensino da Rede Pública e Particular do Estado de Santa Catarina, ficam obrigados a abonar as faltas de alunos que, por crença religiosa, estejam impedidos de freqüentar as aulas ministradas às sextas-feiras, após às dezoito horas e aos sábados até às dezoito horas.
§1º Para beneficiar-se do disposto neste artigo, o aluno apresentará ao estabelecimento de ensino declaração de congregação religiosa a que pertence, com firma reconhecida, atestando sua condição de membro da Igreja.
§2º Na hipótese prevista neste artigo, o estabelecimento exigirá do aluno a realização de tarefas alternativas que supram as faltas abonadas

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário.

Florianópolis, 20 de novembro de 1999

ESPERIDIÃO AMIN HELOU FILHO
Governador do Estado

VIDEOGAME VICIA ATÉ ADULTOS

Casal não alimenta filhos para jogar videogame:

O casal Michael Straw, de 25 anos, e Iana Straw, de 23, declararam-se culpados por descuidar de dois seus filhos. Em vez de alimentá-los, eles decidiram passar o tempo jogando videogames na internet. As crianças, um menino de 1 ano e 10 meses e uma menina de 11 meses, estavam subnutridos e à beira da morte no mês passado, quando foram levados a um hospital por assistentes sociais. As duas crianças passam bem e têm ganhado peso, informou a promotora Kelli Ann Viloria. Segundo ela, o casal ficava tão envolvido com jogos online - principalmente os da série "Dungeons & Dragons" - que não cuidavam das crianças. A polícia informou que os funcionários do hospital tiveram de raspar a cabeça da menina porque ela estava coberta por urina de gato. Pesando 4,5 quilos, a menina também tinha uma infecção na boca, pele seca e desidratação severa. Seu irmão teve de ser tratado de uma infecção genital e a falta de desenvolvimento muscular resultou em dificuldades para andar. Michael Straw trabalhava como caixa, mas está desempregado. Sua mulher tem um emprego temporário num depósito, segundo os registros da corte. Ele recebeu uma herança de US$ 50 mil, que gastou em equipamentos de informática e uma grande televisão de plasma, afirmaram as autoridades. Crianças maltratadas por pais viciados em drogas é comum, mas casos nos quais os pais são viciados em videogame são raros, lembrou Viloria.

A PEDAGOGIA DA ALTERIDADE

A PEDAGOGIA DA ALTERIDADE

Por: *Jorge Schemes

Cada vez mais o individualismo selvagem e até mesmo cruel se impõe como filosofia de vida no cotidiano de milhares de crianças e jovens. A indiferença pelas necessidades do outro e a banalização da vida humana são considerados princípios de autopreservação e sobrevivência. A criminalidade em todas as suas esferas nos transmite uma sensação de impotência e nos deixa perplexos. As leis do anti-humanismo contemporâneo acabam sendo adotadas como regras de conduta, onde os fins justificam os meios. Os modelos (paradigmas) morais não são permanentes, antes são fúteis, fracos e passageiros, deixando uma lacuna ética e moral na cosmovisão social. Vivemos no século do descartável, do obsoleto, da vulnerabilidade de mercados, e, como conseqüência, da vulnerabilidade do humano, que acaba sendo avaliado no contexto neoliberal como meio e não como fim em si mesmo. Certamente que este cenário de crise moral, ética e espiritual que se manifesta na sociedade pós-moderna têm repercussão dentro da escola. Todavia, o comprometimento ético com a educação deveria lançar um “olhar caleidoscópico” dos educadores sobre a infância e a juventude. Contemplar a diversidade e as diferenças presentes em sala de aula é o primeiro passo para desmantelar a concepção metafísica de ser humano, a qual foi formatada por séculos dentro do modelo tradicional de ensino. Neste caso, trata-se de uma concepção uniforme, pré-moldada e limitada. A concepção metafísica de ser humano com seu olhar “telescópico” só poderia servir aos interesses daqueles que visavam à exclusão, pois é uma idéia preconceituosa que não contempla “os incapazes”. Devemos considerar que, a concepção que se tem de ser humano afeta diretamente a concepção de sociedade e de educação. Que tipo de ser humano se quer formar? Para qual sociedade? Com que educação? Pensar no ser humano numa perspectiva histórico-social, de construção e reconstrução constante dentro de um processo dialético e dialógico, nos possibilita contemplar “as infâncias” e “as juventudes” manifestadas diante de nós. Esse olhar “caleidoscópico” propicia uma visão da diversidade presente dentro da escola. Ao mudar o foco de nosso olhar sobre o humano manifestado no ser, percebesse a necessidade de uma ética que contemple o outro como manifestação plenamente humana. O “totalmente outro” que se manifesta como é, e é recebido e acolhido como tal, sem preconceitos ou discriminação. Por este viés, faz-se necessário uma reflexão profunda sobre o pensamento teórico e as práticas pedagógicas. Neste contexto a pedagogia precisa ser repensada como uma pedagogia da alteridade. Ao contemplar as diferenças e propiciar o diálogo e a reverência pelo outro, que se manifesta como síntese humana no rosto, a pedagogia da alteridade precisará de uma ética pertinente. Portanto, a ética da alteridade não é um discurso vazio com palavras estéticas, mas uma atitude moral realizada na concretude do ser que está erigido em corpo físico e manifestado no rosto do outro. Ou seja, envolve atitudes que produzam ações de solidariedade, respeito, zelo, justiça, cidadania e que tenham como alvo o diferente, o excluído, o criminoso, o violento, o rebelde, o indisciplinado, enfim, “o totalmente outro” manifestado diante de nós por meio de seu rosto humano. O rosto, como manifestação do humano é paradoxal, pois é ao mesmo tempo objetividade e subjetividade, tristeza e alegria, angústia e paz, totalidade e infinito. O rosto é manifestação e mistério, é concretude e idealismo, e é no rosto e por ele que percebemos e somos percebidos enquanto seres humanos. O rosto nos aproxima e nos remete a uma necessidade ética universal. A ética da alteridade condena a segregação, a exclusão, os pré-conceitos e pré-juízos, e contempla o acolhimento do outro, a solidariedade, a diversidade e a justiça, não apenas como um discurso retórico, mas como atitude moral de comprometimento com o diferente, incluindo nesta classificação a nós mesmos. O rosto é a manifestação universal do humano no ser, do totalmente outro, fragmentado pelo mundo pós-moderno da técnica. O rosto é clamor e exigência ética, ignorá-lo é viver no vazio do egoísmo individualista da autoconsciência. Ignorar o rosto como manifestação ética diante de nós equivale a ignorar o transcendente. O rosto é o convite ético do infinito na forma finita. Esse convite exige uma resposta por meio da ética da alteridade. O rosto nos impõe responsabilidade moral, o rosto nos conclama a justiça social, o rosto do outro estabelece os limites éticos e morais de nossas ações. Olhar no rosto do outro estabelece o primeiro passo para o compromisso e para o comprometimento ético, pois não podemos viver apenas para o ego solitário (egocentrismo) sem considerar que o rosto do outro nos convoca à justiça social e à solidariedade. O rosto é a expressão do humano que se impõe ao anti-humanismo pós-moderno, o qual vem até nós embrulhado na forma de consumismo doentio. O rosto do outro, do excluído, é grito e súplica, e é ao mesmo tempo manifestação ética e exigência ética. O rosto do outro nos remete a necessidade de uma ética universal. Essa necessidade ética universal pode ser construída como uma filosofia primeira, antes mesmo da ontologia, ou seja: como ética da alteridade. Nesta fundamentação ética é que será possível uma pedagogia mais humana, justa e solidária, ou seja, a pedagogia da alteridade.
*Jorge Schemes Técnico Pedagógico na GERED - Gerência de Educação – Joinville, SC.

MAIS PRODUÇÃO CIENTÍFICA

Produção científica do Brasil cresce e ultrapassa Suécia:
O Brasil está atualmente na 15ª posição na lista de países que mais publicam artigos científicos no mundo: foram 16.872 no ano passado, ou 1,92% da produção global. O número representa um crescimento de quase 7% em relação a 2005 e de 33% na comparação com 2004. Com isso, o País ultrapassou a Suécia e a Suíça e começa a ameaçar a Rússia, que por sua vez apresentou uma queda significativa na área, de quase 17% no ano passado na comparação com 2005. Apesar de a produção científica nacional caminhar atualmente em uma linha ascendente, esse resultado era esperado pelo governo apenas em 2008. Para o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC), Jorge Guimarães, entre os motivos que explicam o salto está a avaliação mais rigorosa de cursos como Psicologia e Psiquiatria (que publicou 70% mais no período de 2004 a 2006, em relação a 2001-2003), Ciências Sociais (52% a mais) e Medicina (incremento de 47%). O sistema de avaliação condiciona a manutenção da bolsa de estudo à produtividade apresentada pelo pesquisador, medida pela publicação de artigos em revistas científicas indexadas - ou seja, com um certo grau atestado de qualidade -, entre outros requisitos. O critério é criticado por parte da comunidade científica, pois cria uma pressão para que o cientista publique rapidamente resultados de seu trabalho. "Tem gente que acha que não se deve avaliar (a produção científica). Não podemos exagerar, é verdade, mas como um estudante entra no mundo competitivo? Se expondo", afirma Guimarães. O presidente da Capes diz que novos indicadores de qualidade começam a ser discutidos internamente, mas que ainda não serão incorporados pela instituição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

BUROCRACIAS EMPRESARIAIS


APAGÃO NA EDUCAÇÃO

RELATÓRIO PREVÊ "APAGÃO" DO ENSINO MÉDIO NO PAÍS

Estudo da Câmara da Educação Básica do Conselho Nacional de Educação aponta a necessidade de 235 mil professores. Baixos salários, violência nas escolas e falta de plano de carreira estariam entre as causas do pequeno interesse pela carreira docente.

O Brasil pode viver um "apagão do ensino médio" nos próximos anos, afirma relatório da Câmara da Educação Básica do CNE (Conselho Nacional de Educação) que será divulgado hoje. Fundamentado em pesquisa do Inep (instituto de pesquisa ligado ao MEC), o texto estima a necessidade de cerca de 235 mil professores nesse nível de ensino em todo o país. O maior déficit, de acordo com o estudo, está nas áreas de física, química, biologia e matemática. O trabalho estima que são necessários 55 mil professores de física, mas aponta que as licenciaturas da área só formaram 7.216 entre 1990 e 2001. Os autores do relatório propõem, como medidas emergenciais, o aproveitamento de alunos de licenciatura como professores, a criação de uma espécie de Prouni para o ensino médio no caso de as escolas públicas não conseguirem atender à demanda, incentivos para aposentados retornarem à carreira e a contratação de estrangeiros. Além da questão quantitativa, outro problema a ser enfrentado no ensino médio, de acordo com o CNE, é a formação dos professores. As únicas áreas em que mais de 50% dos professores têm licenciatura na disciplina ministrada são língua portuguesa, biologia e educação física. O estudo aponta que o problema da falta de professores deve aumentar com o crescimento esperado do número de matrículas. Dados de 2003 mostram que, naquele ano, apenas 30% da população entre 25 e 64 anos havia concluído ao menos a etapa final da educação básica, que culmina no ensino médio, contra 83% na Alemanha e 49% no Chile. Ainda assim, o texto do CNE aponta uma queda das matrículas nesse nível de ensino no Brasil após a expansão de 138 mil entre 2005 e 2004. De acordo com pesquisa do Ipea citada no estudo, o número é resultado da diminuição de matrículas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Norte e Nordeste houve crescimento. Entre as causas apontadas pelo CNE para a crise dos professores está o baixo financiamento da educação. A pesquisa mostra que o Brasil investe só US$ 1.008 por aluno nessa etapa de ensino, enquanto a média é de US$ 9.835 na Alemanha, de US$ 2.387 no Chile e de US$ 2.378 na Argentina. Além do problema salarial, o CNE credita o baixo interesse pela carreira docente a condições inadequadas de ensino, à violência nas escolas e à falta de um plano de carreira. Os autores do texto propõem, a longo e médio prazo, dar prioridade às licenciaturas em ciências da natureza e matemática, informatizar as escolas e dar bolsas de incentivo à docência. (ANGELA PINHO)

DÉFICIT DE PROFESSORES

As escolas públicas brasileiras sofrem um déficit de 246 mil professores, levadas em conta as necessidades do segundo ciclo do ensino fundamental (5ª a 8ª séries) e do ensino médio. Faltam docentes graduados em Licenciaturas de Física, Química e Matemática, principalmente. Seria preciso contratar em caráter emergencial quase 250 mil professores, mas falta mão-de-obra qualificada. A situação é mais grave nas disciplinas de física e química. Para atender à demanda, o Ministério da Educação (MEC) deveria ter garantido a formação de 55.231 professores de física na década de 1990. Mas só foram licenciados 7.216. Em química, a demanda era a mesma, mas a formação foi melhor: 13.559 graduados no período. Hoje, apenas 9% dos professores de física que atuam nas escolas públicas brasileiras têm formação inicial nessa área.
Esses são dados do relatório "Escassez de Professores no Ensino Médio: Soluções Estruturais e Emergenciais", a que o Jornal da Tarde teve acesso. Ele foi elaborado por Antonio Ibañez Ruiz (ex-secretário de Educação Média e Tecnológica do MEC), Mozart Neves Ramos (ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco e diretor-executivo do movimento Compromisso Todos pela Educação) e Murílio Hingel (ex-ministro da Educação no governo Itamar Franco), todos membros do Conselho Nacional de Educação (CNE).

VÍTIMAS PASSIVAS

Filhos de fumantes viram "poço" de nicotina:
Derivado da substância é 5,5 vezes mais abundante em urina de bebês de tabagistas. Segundo pesquisadores, problema pode ser causa de morte súbita de crianças.As crianças cujos pais são fumantes têm em sua urina níveis 5,5 vezes mais altos de cotinina, um subproduto da nicotina. O efeito acontece mesmo que só um dos pais da criança seja fumante, indica um estudo coordenado por pesquisadores da Universidade de Leicester, no Reino Unido.A cotinina é uma das substâncias produzidas pelo organismo quando ele absorve nicotina e a "quebra" em pedaços para poder eliminá-la. Segundo a pesquisa, a principal contribuição para que as crianças tenham um nível elevado dela em sua urina são as mães fumantes, embora o impacto de um pai fumante também seja significativo.As medidas foram feitas a partir da urina de 100 bebês de três meses de idade. Desse grupo, 71 bebês tinham pelo menos um pai ou mãe fumante. A tendência é que as crianças com excesso de cotinina em sua urina venham de lares mais pobres, com menos acesso a ventilação, levando os pais a fumarem no mesmo ambiente onde estão as crianças. O fato de os bebês dormirem na mesma cama que seus pais também influencia o problema.Calcula-se que, só nos EUA, mais de 6.000 crianças pequenas morram anualmente por causa por serem fumantes passivas. Os pesquisadores avaliam que uma das causas da chamada morte súbita de bebês é o fato de eles dormirem com pais fumantes, expostas a partículas derivadas do cigarro.O estudo está na revista médica "Archives of Disease in Childhood".
Fonte : Do G1, em São Paulo (Portal de Notícias da Globo)

UM BILHÃO DE MORTES POR CAUSA DO CIGARRO

Fumo pode matar 1 bilhão neste século, diz OMS:

Um bilhão de pessoas vão morrer vítimas de doenças relacionadas ao fumo neste século caso países ricos e pobres não se mobilizem contra o tabagismo, disseram na segunda-feira diretores da Organização Mundial de Saúde (OMS).“O tabaco é um produto defeituoso. Mata metade dos seus consumidores”, disse Douglas Bettcher, diretor da Iniciativa Sem Tabaco, da OMS, no início de uma conferência internacional em Bangcoc que pretende traçar um plano mundial contra o cigarro.“Ele mata 5,4 milhões de pessoas por ano, e metade dessas mortes acontece em países em desenvolvimento. É como um (avião) Jumbo caindo a cada hora”, afirmou.O tabagismo está crescendo em muitos países em desenvolvimento, especialmente entre adolescentes, e por isso o número anual de mortos deve subir para 8,3 milhões nos próximos 20 anos, segundo Bettcher.Por outro lado, se os governos introduzirem medidas como aumento de impostos, proibição de propaganda e proibição do fumo em lugares públicos, a taxa de mortalidade relacionada ao tabagismo pode cair pela metade até 2050, disse ele.“É uma epidemia completamente evitável”, disse Bettcher, citando países como Cingapura, Austrália e Tailândia, cujas duras leis antifumo ajudaram as pessoas a largar o hábito. “Se fizermos isso, até 2050 podemos salvar 200 milhões de vidas”.Autoridades de 147 países participam da conferência, que pretende em uma semana definir leis contra a publicidade internacional do fumo – na Fórmula 1, por exemplo – e contra o contrabando de cigarros.Segundo a Aliança da Convenção-Quadro, que reúne centenas de organizações antifumo, cerca de 600 bilhões de cigarros (11 por cento do consumo mundial) foram contrabandeados em 2006.Além de manter os preços baixos e estimular a demanda, o contrabando também priva os governos de mais de 40 bilhões de dólares por ano em arrecadação tributária, segundo a entidade.Na Tailândia, a incidência do tabagismo caiu de 30 por cento da população, em 1992, para 18 por cento, o que as autoridades atribuem à proibição total da publicidade de cigarros nos últimos 15 anos.“Os remédios mais importantes no controle do tabaco são: Número 1 – aumento das taxas; Número 2 – proibição de anúncios; e número 3 – lugares públicos livres do tabaco”, disse Hatai Chitanondh, do Instituto de Promoção da Saúde da Tailândia.Além de definir leis internacionais contra a publicidade internacional e o contrabando, a conferência deve também adotar diretrizes para que os países adotem leis sobre o fumo passivo e as áreas livres de cigarro.Embora essas diretrizes não sejam de cumprimento obrigatório, elas deixaram os ativistas entusiasmados.“Não há nível seguro de exposição à fumaça do tabaco, e noções como um valor-limite da toxicidade do fumo passivo devem ser rejeitadas por serem contraditas por evidências científicas”, diz um esboço do documento.“Abordagens que não seja a de ambientes cem por cento livres de fumaça, o que inclui ventilação, filtragem do ar e uso de áreas designadas para o fumo, se mostram repetidamente ineficazes”.
Fonte : O Globo On Line