Ex-refugiada ganha prêmio de US$ 1 milhão como melhor professora do mundo

AP Hanan Al Hroub trabalha com crianças traumatizadas pela violência
Uma professora palestina que cresceu em um campo de refugiados ganhou o prêmio Global Teacher, considerado o "Nobel da Educação".
O anúncio do vencedor, que receberá US$ 1 milhão, foi feito pelo papa Francisco.
Após a infância em um campo palestino perto de Belém, a professora Hanan Al Hroub hoje dá aulas para refugiados.
"Professores podem mudar o mundo", disse ela após receber a premiação. "Estou orgulhosa de ser uma professora mulher palestina aqui neste palco."
Hanan Al Hroub disse que usará o dinheiro do prêmio ajudando seus alunos.
O papa Francisco enviou um vídeo dizendo que os professores "construíam paz e unidade".
Brasileiro
Os vencedores foram anunciados em Dubai; o príncipe William, o duque de Cambridge, também enviou uma mensagem em vídeo. Ele falou sobre a "incrível responsabilidade" dos professores e disse que ele podem "influenciar, inspirar e moldar a vida de uma pessoa para melhor".
Entre os indicados ao prêmio havia um brasileiro, o professor voluntário Marcio Andrade Batista. Ele dá aulas no Mato Grosso com uma metodologia que se baseia na aplicação das ciências à vida cotidiana.
Marcio estava na lista de 50 finalistas divulgada pela ONG Varkey Foundation, que concede o prêmio. Ele foi o primeiro brasileiro selecionado em três anos do prêmio. Mas ele não entrou na lista dos 10 finalistas que subiram ao palco do evento.
Entre os finalistas havia ainda professores da Índia, Quênia, Finlândia, Inglaterra e Estados Unidos.
A Varkey Foundation é o braço de caridade da empresa de educação internacional GEMS. O prêmio é entregue em uma cerimônia estilo "Oscar" com o objetivo de aumentar o status da profissão de professor.
Na plateia em Dubai estavam estrelas de Hollywood como Salma Hayek e Matthew McConaughey e personalidades da política como o ex-primeiro ministro britânico Tony Blair e o vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum.
Os dez finalistas foram convidados ao palco em um vídeo do físico Stephen Hawking e foram parabenizados, também por vídeo, pelo vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e pelo ex-presidente dos EUA Bill Clinton.
Sunny Varkey, fundador da Varkey Foundation e criador do prêmio, disse esperar que a história de Hanan Al Hroub "inspire aqueles que querem entrar na carreira de professor".
Conheça os outros nove finalistas:
- Maarit Rossi, Finlândia, que desenvolveu seu próprio método de ensinar matemática. A Finlândia tem alguns dos melhores resultados em matemática do mundo em provas internacionais, mas os alunos dela têm resultados ainda melhores que os padrões finlandeses
- Aqeela Asifi chegou ao Paquistão como refugiada do Afeganistão e dá aulas para crianças refugiadas em uma escola que ela criou
- Ayub Mohamud, professor de business do Quênia, chegou às finais com um projeto para desencorajar violência extremista e radicalização
- Robin Chaurasiya de Mumbai, na Índia, fundou uma organização para ensinar e dar apoio a adolescentes em zonas de prostituição
- Richard Johnson, professor de ciência de Perth, na Austrália, montou um laboratório de ciências para crianças de escola primária
- Michael Soskil, da Pensilvânia, nos EUA, que já tinha ganhado um prêmio pela "excelência em ensinar ciências e matemática", motiva seus alunos ao ligá-los a projetos ao redor do mundo
- Kazuya Takahashi, do Japão, desenvolveu uma iniciativa para ensinar ciências e incentivar a cidadania global
- Joe Fatheree, de Illinois, dos EUA, foi pioneiro em usar projetos com impressoras 3D, tecnologia de drones e usando games online como Minecraft
- Colin Hegarty, professor de matemática de Londres que criou um site com aulas online