Após polêmica sobre recursos, ministros negociam metas do PNE


A apresentação do relatório do Plano Nacional de Educação (PNE), marcada para, foi adiada pela quarta vez. A principal causa é a polêmica sobre a definição do percentual de investimento do Produto Interno Bruto (PIB) em educação. o relator, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), vai se reunir no final da tarde de hoje com ministro do governo para discutir a proposta.
Os dados mais recentes do Ministério da Educação (MEC) mostram que o investimento público em educação hoje no País é 5% do PIB. Cálculos preliminares feitos pela Comissão Especial do PNE apontam que o relator indicaria uma meta intermediária de 8,29%. Mas as negociações com o governo podem reduzir esse patamar.
A meta do governo é que o investimento fique em 7%, mas as entidades da área e organizações da sociedade civil pressionam por uma meta mais ambiciosa, de 10%. Boa parte das quase 3 mil emendas que o projeto recebeu pedem o aumento da previsão de investimento.
Vanhoni vai se reunir com os ministros Guido Mantega, da Fazenda, Fernando Haddad, da Educação, Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, para tentar estabelecer o índice. Ele acredita que o relatório poderá ser apresentado amanhã.
De acordo com Vanhoni, o diálogo com a área econômica é franco. "Estamos quantificando a inclusão de alunos e a ampliação de algumas metas que o governo enviou no projeto original. Então se você altera alguma delas isso traz um impacto financeiro ao longo dos anos. Então esse número pode ser um pouco para cima, ou um pouco para baixo perto desse número de 8%".
O PNE definirá 20 metas educacionais para o País atingir em dez anos. Além da questão do financiamento, o plano prevê a ampliação das matrículas em diversas etapas educacionais como o ensino técnico, creche e escolas de tempo integral. Vanhoni já apresentou para parlamentares que fazem parte da comissão versões preliminares do relatório.
A deputada Fátima Bezerra (PT-RN) disse que o relatório traz muitos avanços, mas que não aceita os 7%. A deputada Dorinha Rezende (DEM-TO) também elogiou o trabalho do relator, mas defendeu que é necessário ampliar o patamar investimento para que as metas possam ser cumpridas. "Não se faz educação sem recurso. Se não resolvermos essa questão esse PNE vai ser dificil de ser aplicado. Precisamos dos 10% do PIB, que é quase uma unanimidade", disse o deputado Izalci (PR-DF).
A partir da apresentação do relatório, os membros da comissão terão o prazo de cinco sessões para apresentar emendas. Com esse calendário, a comissão pretende concluir a votação até o início da segunda quinzena de dezembro.
O esforço é para que a tramitação do projeto na Câmara seja encerrada antes do início do recesso parlamentar, marcado para o dia 22. Caso não haja acordo com o governo sobre a meta de investimento e a apresentação seja novamente adiada, o risco é que a tramitação avance para 2012, ano de eleições municipais. "Se essa discussão ficar em aberto terá muita dificuldade justamente porque é um ano de eleições", disse o relator.[Fonte: Terra]

Docência: uma carreira desprestigiada

Levantamento realizado pela Fundação Victor Civita comprova uma percepção alarmante: a profissão docente não é considerada uma opção atraente pelos estudantes do Ensino Médio. Apenas 2% desejam cursar Pedagogia ou Licenciatura.

"Se você comentar com alguém que está pensando em ser professor, muitas vezes a pessoa pode dizer algo do tipo: 'Que pena' ou 'Meus pêsames!'. Afinal, sabe que você vai ser desvalorizado e obter uma remuneração ruim." É com essa chocante clareza que Thaís*, aluna do 3º ano do Ensino Médio de uma escola particular em Manaus, sintetiza uma noção preocupante para a Educação brasileira: cada vez menos jovens desejam seguir a carreira docente. 

Embora essa impressão tenha se espalhado até mesmo entre quem não é da área, faltava dimensionar com contornos mais nítidos a extensão do problema. A área de Estudos e Pesquisas da Fundação Victor Civita (FVC) encomendou à Fundação Carlos Chagas (FCC) um mergulho no tema e os dados comprovam: apenas 2% dos estudantes que estão concluindo o Ensino Médio têm como primeira opção no vestibular graduações diretamente relacionadas à atuação em sala de aula - Pedagogia ou alguma Licenciatura. Outros 9% mencionam a intenção de cursar disciplinas da Educação Básica, como Letras, História e Matemática, o que não garante que venham a se interessar por lecionar (confira mais detalhes no gráfico da página 3).

* Ao longo deste especial, os nomes dos alunos ouvidos pela pesquisa foram trocados para preservar a confidencialidade do estudo. 
Os jovens que aparecem nos depoimentos em destaque são identificados normalmente, pois foram entrevistados pela equipe de NOVA ESCOLA.

A pesquisa ouviu 1.501 alunos de 18 escolas públicas e privadas 

Patrocinado pela Abril Educação, o Instituto Unibanco e o Itaú BBA, o estudo Atratividade da Carreira Docente no Brasil é mais uma iniciativa da FVC para contribuir para a melhoria da qualidade da Educação Básica. A pesquisa ouviu 1.501 alunos de 3º ano em 18 escolas públicas e privadas de oito municípios, selecionados por seu tamanho, abrangência regional, densidade de alunos no Ensino Médio e oportunidades de emprego. Foram contempladas as cinco regiões do país. No Sul, as cidades escolhidas foram Joinville e Curitiba; no Sudeste, São Paulo e Taubaté; no Centro-Oeste, Campo Grande; no Nordeste, Fortaleza e Feira de Santana; no Norte, Manaus. 

Para entender melhor as respostas fornecidas pelos estudantes no questionário geral, o estudo contou ainda com uma fase de grupos de discussão, em que dez alunos de cada escola debateram o assunto e detalharam opiniões. Por fim, com as informações já compiladas, um painel de especialistas foi convidado a avaliar os resultados e propor soluções sobre o problema da atratividade docente. 

Na edição especial de NOVA ESCOLA traz os principais resultados da sondagem. Ao longo das reportagens, você vai conhecer em detalhes o que os jovens estudantes brasileiros pensam da docência como uma opção profissional. Em linhas gerais, apesar de reconhecerem a importância do professor, os entrevistados afirmam que a profissão é desvalorizada socialmente, mal remunerada e possui uma rotina desgastante e desmotivadora. Para a grande maioria, não é uma carreira interessante a seguir (leia mais no texto Por que a docência não atrai). 

Perfil dos futuros professores e possibilidades de mudança 

A pesquisa também permite construir um perfil dos futuros professores do país. Nesse sentido, é útil analisar a lista das carreiras mais procuradas de acordo com o tipo de instituição em que os jovens estudam. Nas escolas públicas, a Pedagogia aparece no 16º lugar das preferências. Nas particulares, apenas no 36º. A situação se repete também com as Licenciaturas - que, somadas, ocupam o 24º posto na rede pública e o 37º na particular (como mostra o gráfico abaixo). "Isso evidencia que, atualmente, a profissão tende a ser procurada sobretudo por jovens da rede pública de ensino, que em geral pertencem a nichos sociais menos favorecidos", afirma Bernardete Gatti, pesquisadora da FCC e supervisora do estudo (leia mais na reportagem Nossos futuros professores). 

Depois de obter um diagnóstico completo, o estudo deu ênfase à proposição de alternativas para reverter a situação. Para apontar soluções, a FVC e a FCC convidaram 17 especialistas de diversas áreas da Educação para um debate em novembro do ano passado. O consenso é o de que se deve atacar o problema por diversas frentes, do aumento salarial à melhoria das condições de trabalho, da proposição de planos de carreira à revisão das formações inicial e continuada, passando pela necessidade de valorizar o professor e tratá-lo como profissional (leia mais na reportagemCaminhos para atrair os melhores). 

Ao todo, são oito sugestões práticas, que podem ajudar a desatar o nó identificado por outra jovem do Ensino Médio, Cláudia*, aluna de escola pública em Feira de Santana, a 119 quilômetros de Salvador: "Hoje em dia, quase ninguém sonha em ser professor. Nossos pais não querem que sejamos professores, mas querem que existam bons professores. Assim, fica difícil".  [Fonte: Nova Escola]


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Atratividade da Carreira Docente no Brasil - Gráficos




MEC divulga índice que mede qualidade dos cursos de graduação

O Ministério da Educação (MEC) publicou nesta quinta-feira, 17 de novembro, os resultados do Índice Geral de Cursos das Instituições (IGC). O índice é um indicador de qualidade construído com base numa média ponderada das notas dos cursos de graduação e pós-graduação de cada instituição. Assim, sintetiza num único instrumento a qualidade de todos os cursos de graduação, mestrado e doutorado da mesma instituição de ensino. Divulgado anualmente, o resultado final é expresso em valores contínuos (que vão de 0 a 500) e em faixas (de 1 a 5). Notas 1 e 2 são consideradas insatisfatórias.
Para a graduação, o cálculo do IGC considera a média dos Conceitos Preliminares de Curso (CPC) da instituição. O CPC tem como base o desempenho dos estudantes no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o quanto o curso agrega de conhecimento ao aluno, além de indicadores de corpo docente, infraestrutura e organização didático-pedagógica. Na pós-graduação, o IGC utiliza a Nota Capes, que avalia a qualidade da pós-graduação numa escala de 1 a 5. O IGC de cada instituição de ensino superior do Brasil foi apresentado pela primeira vez em 2008, a partir da dos resultados do CPC 2007, compreendendo todos os cursos das instituições avaliados pelo Enade dentro do triênio 2005-2006-2007.
O indicador orienta as visitas in loco dos avaliadores do Instituto Nacional de Educação e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), além de informar a sociedade sobre a qualidade das instituições. De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, o IGC está cumprindo a função de diminuir as distâncias entre instrumentos de avaliação objetivos e as visitas in loco de especialistas às instituições.
Caso as visitas dos especialistas confirmem o resultado do IGC, as instituições com notas inferiores a 3 têm prazo para recorrer desse resultado. Mantida a nota baixa, a instituição não poderá abrir novos campi, cursos ou ampliar vagas em cursos existentes até resolver os problemas indicados, mediante termo de saneamento firmado com a Secretaria de Educação Superior.[Fonte: Terra]

Em 2010, 3,9% das crianças de 10 a 14 anos não eram alfabetizadas

No ano passado, 671 mil crianças de 10 a 14 anos ainda não eram alfabetizadas (3,9%). Em 2000, esse contingente atingia 1,258 milhão, o que representava 7,3% do total de crianças nessa faixa etária. No período intercensitário, a proporção diminuiu de 9,1% para 5%, no segmento masculino, e de 5,3% para 2,7%, no feminino. A proporção baixou de 4,6% para 2,9%, na área urbana, e de 16,6% para 8,4%, na rural.
Na faixa entre 15 e 19 anos, a taxa de analfabetismo atingiu 2,2% em 2010, mostrando uma redução significativa em relação a 2000, quando era de 5%. Por outro lado, no contingente de pessoas de 65 anos ou mais, esse indicador ainda é elevado, alcançando 29,4% em 2010.
A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade foi de 9,6% em 2010, uma redução de 4 pontos percentuais em relação a 2000 (13,6%). O indicador diminuiu de 10,2% para 7,3%, na área urbana, e de 29,8% para 23,2%, na rural. Entre os homens, declinou de 13,8% para 9,9%, e de 13,5% para 9,3%, entre as mulheres.
Regionalmente, as maiores quedas se deram no Norte (de 16,3% em 2000 para 11,2% em 2010) e Nordeste (de 26,2% para 19,1%), mas também ocorreram reduções nas regiões Sul (de 7,7% para 5,1%), Sudeste (de 8,1% para 5,4%) e Centro-Oeste (de 10,8% para 7,2%). A menor taxa foi encontrada no Distrito Federal (3,5%), e a maior foi de 24,3%, em Alagoas.
No contingente de pessoas de 10 anos ou mais de idade com rendimento mensal domiciliar per capita de até R$ 128, a taxa de analfabetismo atingiu 17,5%. Nas famílias com renda de R$ 128 a R$ 510 per capita, a taxa caía de patamar, atingindo 12,2% e 10%, respectivamente, mas ainda bastante acima da taxa da classe de R$ 510 a R$ 1.020 (3,5%).
Nas faixas seguintes, a taxa de analfabetismo prosseguiu em queda, passando de 1,2%, entre as pessoas que ganhavam de R$ 1.020 a R$ 1.530, a 0,3%, entre as pessoas que recebiam R$ 2.550 ou mais.[Fonte: Terra]

Nordeste: 28% da população das pequenas cidades é analfabeta

Embora a taxa de analfabetismo na população com 15 anos ou mais de idade tenha caído de 13,63% em 2000 para 9,6% em 2010 na média do País, nas menores cidades do Nordeste, com até 50 mil habitantes, ela ainda atinge 28% das pessoas nessa faixa etária. Além disso, nesses municípios a proporção de idosos que não sabiam ler e escrever chegava a 60%.
Segundo dados dos Indicadores Sociais Municipais do Censo Demográfico 2010, divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no caso do analfabetismo de jovens, a situação da região Nordeste também é preocupante. Enquanto na média do País a proporção de adolescentes e jovens que não sabiam ler e escrever atingia 2,5%, no Nordeste era quase o dobro (4,9%), com pouco mais de 500 mil pessoas nessa faixa etária. Na Região Sul o percentual era de 1,1% e na Sudeste, de 1,5%.
Entre jovens e adultos, o levantamento aponta que em 1.304 municípios a taxa de analfabetismo era igual ou superior a 25%. Entre eles, 32 não contavam com o programa Educação de Jovens e Adultos (EJA). A maioria está localizada no Nordeste, tendo sido a pior situação observada em João Dias (RN), onde 38,9% das pessoas com 15 anos ou mais não sabem ler e escrever. Em seguida, aparecem Monte Santo (BA), com 35,6%, e São Brás (AL), com 34,7%. No Norte, três municípios aparecem na lista, todos em Tocantins: Ponte Alta do Bom Jesus (25,2%), Mateiros (26,4%) e Centenário (28,6%). O Sudeste concentrava quatro deles, localizados em Minas Gerais. São eles: Miravânia (26,0%), Frei Gaspar (28,5%), Bertópolis (29,6%) e Santa Helena de Minas (31,7%).
O levantamento também evidenciou as diferenças em termos de alfabetização nos resultados segundo cor ou raça. Enquanto entre os brancos, o percentual de analfabetos para pessoas com 15 anos ou mais era de 5,9%, entre os pretos atingiu 14,4% e entre os pardos, 13%.[Fonte: Terra]

Cientistas propõem um robô por aluno

Primeiro foi a campanha "um computador para cada criança". Agora começam surgir as propostas para tentar emplacar "um robô para cada estudante".
Robô Cooperativo
"Eu defendo um currículo onde cada estudante tenha seu próprio robô e possa estudar lições individuais e também trabalhar em equipe, usando seus robôs coletivamente em sistemas multi-robóticos," propõe James McLurkin, da Universidade Rice, nos Estados Unidos.
McLurkin virou estrela em 2003, ao ganhar o "oscar dos inventores" por unir biologia e robótica, programando pequenos robôs para que eles desempenhassem tarefas similares às das abelhas e das formigas.
Agora, já professor, ele apresentou seu primeiro grande projeto, uma plataforma robótica de baixo custo chamada R-One.
Apaixonado por insetos e robôs, ele desenvolveu o R-One para atuar tanto como "indivíduo" quanto como um membro de uma "sociedade cooperativa de robôs".
E ele não leva a coisa na brincadeira: "Enxames de robôs trabalham coletivamente, como uma colônia de formigas ou abelhas, e podem fazer algumas tarefas melhor do que os humanos".
Segundo ele, um exército de 1.000 pequenos robôs poderia lidar com grandes vazamentos de petróleo no mar ou encontrar sobreviventes em grandes áreas afetadas por desastres naturais.
Seu primeiro protótipo de robô cooperativo custou US$2.000,00, caro demais para ser adotado em larga escala.
Agora, o R-One custa US$200,00 - o nível que McLurkin acredita ser razoável para viabilizar uma adoção em massa dos robôs nas escolas.
Ele está criando uma empresa e planeja colocar o R-One à venda, na forma de kit, em 2012.
Cientistas propõem um robô por aluno
Mesmo sem as capacidades cooperativas do R-One, o pequeno robô tem mais do que o suficiente para manter estudantes ocupados por um bom tempo. [Imagem: CMU]
Robô passarinho
Tom Lauwers e seus colegas da Universidade Carnegie Mellon estão mais adiantados em termos de mercado.
Seu pequeno robô Finch (passarinho) já está à venda, por US$99,00 cada um.
O Finch inclui sensores de temperatura e de luminosidade, um acelerômetro de três eixos, sensor de colisão, LEDs coloridos programáveis, câmera, microfone e alto-falantes.
Mesmo sem as capacidades cooperativas do R-One, o pequeno robô tem mais do que o suficiente para manter estudantes ocupados por um bom tempo.
"Nossa visão é tornar o Finch acessível o suficiente para que cada aluno possa ter um para fazer suas lições de casa," afirma o pesquisador Lauwers.
Mas o foco de Lauwers é mais a programação de computadores do que a robótica propriamente dita.
A ideia é usar o robô para tornar as aulas de programação mais interessantes, sem que os alunos precisem construir o robô, podendo se concentrar em fazer com que ele desempenhe tarefas úteis ou interessantes.
"Se o Finch puder ajudar a motivar os alunos para prestar atenção à ciência da computação, acreditamos que muitos mais jovens vão perceber que este é um campo muito divertido de se explorar," conclui o pesquisador.[Fonte: Inovação Tecnológica]