Programa Missão Pedagógica no Parlamento

Curso para professores - A Câmara dos Deputados abriu inscrições, até 22 de julho, para um curso presencial de educação para a democracia, dirigido a professores do ensino médio de escolas públicas. O Programa Missão Pedagógica no Parlamento vai selecionar 54 professores de todo o Brasil para participar de treinamento em Brasília sobre as instituições democráticas, cidadania, política e educação para democracia nas escolas. A Câmara vai arcar com passagem aérea de ida e volta, hospedagem, alimentação e translado. Mais informações no site www.camara.gov.br/responsabilidade-social/edulegislativa

Desempenho de alunos brasileiros está bem abaixo do ideal

Relatório divulgado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico mostra déficit brasileiro nas categorias leitura, matemática e ciência.

O relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês) divulgado nesta terça-feira pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) revela um dado pouco animador para o Brasil: o país continua abaixo da média mundial nos pilares educacionais da leitura, matemática e ciência.
O levantamento, produzido a cada três anos, faz um raio-x da situação da educação no mundo e organiza um ranking com os países membros e parceiros da organização. Dentre os 65 países analisados, o Brasil ocupa apenas a 53ª posição (confira o ranking abaixo), atrás de nações como Chile, Trinidad e Tobago, Colômbia, México e Uruguai.


Confira também: Infográfico: Os números do Pisa

A colocação do Brasil, a exemplo do que aconteceu na última edição, em 2006, não foi positiva. Segundo dados do relatório de 2009, divulgado neste mês, o país atingiu 412 pontos em leitura, 386 pontos em matemática e 405 pontos em ciência. A média sugerida pela OCDE é de 492, 496 e 501, respectivamente.



O objetivo do Pisa é comparar o desempenho da educação no mundo. Ao todo foram analisados 65 países - 34 membros da organização e 31 parceiros.
Participaram da avaliação 3.292.022 adolescentes brasileiros, todos na faixa dos 15 anos. Embora o desempenho não tenha sido exemplar, o Brasil mostrou melhoras no setor. Em leitura, a nota do país subiu 19 pontos - em 2006, a marca estava em 393 pontos. A pontuação dos alunos brasileiros ainda cresceu 16 pontos no quesito matemática (era de 370 há três anos) e 15 pontos na área de ciência (de 390 para 405).
Entre todas as habilidades analisadas, a leitura é a principal. Ela influencia a performance dos alunos nas demais categorias e, por essa razão, foi abordada de diferentes pontos de vista. De acordo com um dos recortes, a maioria dos brasileiros está no nível 1a, o que significa que grande parte do grupo tem capacidade de localizar informações importantes em um texto e conectá-las à experiência cotidiana.
Ainda segundo o levantamento, são as mulheres as que mais de destacam na área da leitura, com um desempenho superior em todos os países membros e parceiros da organização.
O comportamento dos alunos que mais prejudica o desempenho escolar, de acordo com as próprias escolas brasileiras, é o uso de álcool e drogas ilícitas. O bullying - palavra inglesa que significa intimidar e atormentar - é a segunda razão que mais compromete o rendimento do estudante no Brasil.
A expectativa é de que o país apareça em melhor posição nos demais levantamentos da OCDE. A meta do governo, afirma o documento, é alcançar a pontuação média do Pisa em 2021, um ano antes do bicentenário da independência do país.
Confira, na íntegra, o ranking geral do Programa Internacional de Avaliação de Alunos:

[Fonte: Veja]

Escolas do Brasil têm 3ª pior taxa de computador por aluno

Dados da OCDE revelam que a média de alunos por máquina no país é de 6 para 1. Com resultado, Brasil fica à frente apenas da Tunísia e Indonésia em ranking.

A inclusão digital dos alunos do ensino básico ainda é um grande desafio para o Brasil. É o que mostram dados divulgados nesta terça-feira pela OCDE, organização que reúne os países mais desenvolvidos do mundo, com base nos resultados da avaliação internacional Pisa. De acordo com o levantamento, as escolas brasileiras oferecem, em média, um computador para cada 6,25 estudantes - ou 0,16 computador por aluno. O número rende ao país o posto de terceira pior colocação no ranking da inclusão digital, à frente apenas de Tunísia e Indonésia.
A Austrália é o país mais bem colocado na lista, que inclui 65 nações. No país da Oceania, a oferta é de 1,03 aluno por computador. Na China, a média é de 1,75, enquanto a média dos países-membros da OCDE é 1,69. Na Colômbia, o mais bem colocado da América Latina, a média é de 2,85 alunos por máquina.
O estudo mostra ainda que 53,3% dos estudantes brasileiros analisados declaram ter um computador em casa. A estatística é 129% maior que em 2000, quando apenas 23,2% afirmaram possuir o equipamento. Apesar do crescimento expressivo, o país ainda esta longe das nações mais ricas. A média registrada pelos países-membros da OCDE foi de 94,3%, ou 41 pontos porcentuais a mais do que no Brasil.
O acesso à internet em casa também cresceu, diz o estudo. Em 2000, apenas 16,8% dos estudantes disseram acessar a rede mundial de computadores em casa. Em 2009, foram 58,3%, - um crescimento de 247%. Nesse quesito, a média dos países-membros da OCDE atingiu 88,9%, ou 30,6 pontos porcentuais a mais.
Apesar do crescimento, as diferenças sociais permanecem: somente 15,5% dos estudantes que pertencem ao quarto mais pobre da população afirmaram ter computador em casa. Entre o quarto mais rico, esse número atinge 86,9%. Quanto ao acesso à internet em casa, 27,2% dos estudantes que pertencem ao quarto mais pobre da população acessam a internet de casa, enquanto 88% do quarto mais rico o fazem.
Os números divulgados nesta terça são resultados de uma análise minuciosa do Pisa, avaliação internacional que mede a qualidade internacional da educação. De acordo com os dados gerais, divulgados em dezembro do ano passado, os estudantes brasileiros ocupam apenas a 53ª posição, atrás de nações como Chile, Trinidad e Tobago, Colômbia, México e Uruguai. Nesta avaliação, é levado em consideração o desempenho de alunos da sétima série em diante.[Fonte: Veja]

ONU: 67 milhões de crianças não têm acesso à educação

Elevada taxa de natalidade e conflitos armados estão entre os principais fatores que prejudicam o ensino.

Ao menos 67 milhões de crianças no mundo não têm acesso à educação, especialmente em países com taxa de natalidade elevada e alvos de conflitos armados. A informação consta no relatório A crise oculta: Conflitos Armados e Educação, elaborado pelo Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas (ONU), que realiza nesta segunda-feira um encontro anual que tem a educação como tema central. A reunião acontece em Genebra, na Suíça.
Durante a sessão inaugural, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Joseph Deiss, insistiu na importância da educação para se alcançar a felicidade individual e a prosperidade econômica, além de melhorias sociais como a autonomia das mulheres e a redução da pobreza.
Pelo relatório, entre 1999 e 2008, ao menos 52 milhões de crianças foram matriculadas na educação primária, o que representou aumento de um terço com relação à década anterior. No entanto, apesar desse avanço, em regiões como a África Subsaariana, 10 milhões de crianças abandonaram o colégio por ano. Assim, em 2008, já havia um total de 67 milhões de crianças no mundo todo sem acesso à educação básica.
Além disso, nos países menos desenvolvidos, 195 milhões de crianças menores de cinco anos - uma em cada três - sofrem de desnutrição, o que causa danos irreversíveis ao desenvolvimento cognitivo.
Adultos - As crianças não são as únicas afetadas pelos problemas de acesso à educação, já que ao redor de 796 milhões de pessoas, 17% dos adultos de todo o mundo, são analfabetas. Deste percentual, dois terços são mulheres. A diferença de gênero é ainda notada entre as crianças. De acordo com a ONU, se a paridade de gênero tivesse sido alcançada em 2008, 3,6 milhões de meninas a mais teriam assistido à escola.
Joseph Deiss destacou a importância de atingir a meta da educação universal para cinco anos, como indicam os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, pelo qual são necessários mais de 1,9 milhão de professores. O cumprimento desse objetivo foi afetado pela crise, especialmente nos países mais pobres, já que sete dos 18 países de baixas receitas analisados cortaram seus orçamentos para educação e juntos somaram 3,7 milhões de crianças sem escolarizar. No entanto, os países mais pobres aumentaram em conjunto a despesa em educação, passando de 2,9% de seus orçamentos em 1999 para 3,8% em 2008.
Conflito armado - O relatório analisa ainda como as guerras afetam à escolarização das crianças, já que na última década 35 países sofreram com conflitos armados com duração média de 12 anos. Nesse período, 28 milhões de crianças - 42% do total - foram obrigadas a abandonar a escola primária por causa dos conflitos, responsáveis pela destruição de escolas e que tornaram muito mais perigosos os caminhos até as escolas.
No Afeganistão, por exemplo, foram registrados ao menos 613 ataques a escolas em 2009; na Tailândia 63 estudantes e 24 professores foram assassinados ou feridos entre 2008 e 2009, e, na República Democrática do Congo, um terço das violações ocorreu contra meninas, das quais 13% são menores de dez anos. Além disso, nesses países afetados por conflitos armados, 79% dos jovens são analfabetos, explica o relatório.
A ONU lembra a responsabilidade dos países ricos, já que no conjunto das 21 economias mais desenvolvidas investem mais recursos em armamento do que na construção das escolas. Se 10% dessa despesa militar fosse destinada à educação, haveria mais 9,5 milhões de crianças escolarizados.