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Gestor escolar precisa de formação específica, dizem especialistas


Os atuais cursos de pedagogia e licenciatura não preparam os profissionais para se tornar um gestor de escola. Para profissionalizar a atividade, é preciso aprimorar a formação do educador ensinando também competências de administração escolar.
O diagnóstico foi consenso na mesa sobre estratégias de formação para a gestão escolar, realizada nesta quinta (28), segundo dia do seminário promovido pela Folha de S.Paulo, o Instituto Unibanco e Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação.
Participaram do debate Alexsandro Santos, gerente de desenvolvimento em soluções do Instituto Unibanco; Laurinda Almeida, vice-coordenadora de pós-graduação em Educação da PUC-SP, e Elaine Hine, do conselho diretor do Leading Student Achievement (LSA), um projeto de formação de diretores em Ontário, no Canadá. A mesa foi mediada por Ana Maria Diniz, presidente do conselho do Instituto Península.
De acordo com Santos, a falta de definição sobre quais competências devem ser ensinadas aos estudantes é uma barreira para melhorar a formação dos gestores no Brasil.
Hoje, o Enade (prova que testa conhecimentos adquiridos no curso de graduação) estabelece 14 competências necessárias ao formando do curso de pedagogia. Cinco delas dizem respeito à gestão escolar.
Santos criticou a forma como a avaliação é feita. "As questões são teóricas e excessivamente genéricas. Não há desafios de gestão para o aluno desenvolver."
O conteúdo ensinado, segundo ele, devia fazer com que o aluno seja capaz de elaborar estratégias para problemas comuns do dia a dia da direção, como as faltas frequentes de um professor.
"Os instrumentos oferecidos pela secretaria para lidar com o problema [do professor que falta] não são suficientes. Temos que ensinar o aluno a criar uma estratégia alternativa", afirmou.
Para Laurinda Almeida, a principal competência a ser ensinada ao gestor é a maneira de mobilizar estudantes e professores em ambiente escolar, algo que deve ser aprendido na prática.
"O diretor não precisa ser encarado como alguém que tem respostas certas para todos os problemas, mas alguém que sabe investigar as causas e procurar soluções."
AVANÇOS TRAVADOS
De acordo com Santos, há um esforço no país para definir as matrizes de ensino para o gestor.
O Plano Nacional de Educação, lançado em 2014, prevê que o Brasil vai desenvolver programas de formação de diretores e passar a aplicar uma prova nacional específica para avaliar a preparação dos profissionais.
A partir disso, um programa nacional para certificar diretores chegou ser apresentado pelo Ministério da Educação em 2015, mas o projeto ficou estagnado em razão da turbulência política que culminou com o impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016.
Apesar do passo ter sido considerado um avanço, Santos afirma que os conteúdos especificados no programa ainda precisam ser aprimorados.
"O conteúdo é dividido em cinco domínios, mas ainda é muito genérico. Diz, por exemplo, que os conselhos estudantis devem funcionar, mas não diz de que forma o diretor pode garantir isso."
EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL
Durante a mesa, Elaine Hine relatou sua experiência à frente do projeto de formação de diretores em Ontário, no Canadá.
O Leading Student Achievement (LSA) foi criado em 2005 pelo conselho de gestores escolares, vinculado ao Ministério da Educação canadense, para criar uma rede de ensino de técnicas ligadas à gestão escolar.
A base do projeto é o ensino através de uma rede: líderes distritais "apadrinham" professores que desejam se tornar diretores para compartilhar problemas comuns e práticas bem-sucedidas nas escolas.
Um dos focos principais é a análise de dados. "Foi preciso ensinar aos futuros diretores não apenas como lidar e interpretar dados sobre gestão escolar, mas a importância de elaborar uma gestão baseada nesses dados", disse Hime. [Fonte: Yahoo]

Educadores: militarização de colégios reflete falência do sistema educacional

Para estudantes de dez colégios públicos de Goiás, a antecipação das aulas por causa da Copa do Mundo não é a única mudança no ano letivo de 2014. As dez escolas da rede estadual, por meio de parceria entre a Secretaria de Educação e a Secretaria de Segurança Pública (SSP), passaram a ser administradas pela Polícia Militar do Estado - e agora são colégios militares. Enquanto a SSP aponta a medida como um pedido da comunidade, educadores a encaram como um reflexo da falência do sistema educacional. A situação já gerou reclamações dos pais sobre taxas cobradas e até ação do Ministério Público.
Segundo o coronel Raimundo Nonato, porta voz da SSP, as funções da escola são divididas entre as duas secretarias. A parte administrativa e disciplinar, algumas atividades extraclasse e o atendimento são responsabilidades da PM, e a área pedagógica permanece sobre comando da Secretaria de Educação. “Alguns funcionários são substituídos por oficiais convocados, que são escolhidos de forma a não retirar profissionais das ruas. Não é uma intervenção da PM nas escolas. É uma parceria apoiada pela maioria da comunidade”, diz.
No entanto, Miriam Fábia, ex-diretora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), afirma que é um equívoco pensar que há como administrar uma unidade de ensino sem interferir no trabalho pedagógico. “O papel de gestor exige que ele influencie em questões como carga horária, trabalho dos professores e disciplina”. De acordo com Iêda Leal, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Goiás (Sintego), alguns aspectos realmente mudaram. “Na maioria dos colégios militares não há período noturno, e as turmas reduziram. Os professores tiveram que buscar trabalho em outras unidades, para completar sua carga horária”, relata.
A justificativa dada pela SSP para a troca de comando das escolas é o pedido da maioria da população, “pela qualidade de ensino dos colégios militares e as aprovações em vestibulares. Não para conter a violência, como foi divulgado”, diz Nonato. O coronel calcula que 95% dos alunos, pais e professores apoiaram a troca. O discurso é questionado pelo Sintego. “Não houve consulta entre o governo e as comunidades escolares dos colégios militarizados. Os profissionais querem o debate”, critica Iêda.
A presidente do sindicato acredita que os educadores poderiam resolver os problemas das unidades sem o envolvimento da PM. “O Estado fugiu da responsabilidade. Em vez de investir na formação dos docentes, na estrutura escolar e na valorização profissional, preferiu transferir o problema para outra secretaria.” A medida é prejudicial também na opinião de Miriam. “Do ponto de vista dos educadores, não é papel da PM administrar escolas. A tarefa é da Secretaria de Educação. Com isso, se está assumindo a falência do sistema educacional, que as escolas são incapazes de lidar com seus problemas”. Ainda que possa haver projetos conjuntos entre as duas secretarias, Miriam acredita que os dez casos extrapolaram os limites. “As secretarias são instituições diferentes com funções distintas, que devem ser exercidas em sua plenitude”, completa.
A troca de comando nas escolas influencia na confiança da população no trabalho dos educadores, segundo Miriam. “Cria hierarquia entre elas. Isso contribui para a construção do senso comum de que escolas militares são boas e não militares são ruins. Enfraquece a luta dos educadores por escolas unicamente trabalhadas por profissionais formados em educação”, conta.
A professora declara que a administração da PM gera sensação de segurança, mas não extingue a violência nos colégios. “A violência, inegavelmente, faz parte da sociedade. A escola não está isenta dessa realidade, não é uma ilha. Para que a violência nas escolas diminua, os índices de criminalidade também devem diminuir.” Como alternativa, Miriam aponta a maior abertura da escola para a comunidade como redutor de problemas. Por exemplo, disponibilizar a área e os equipamentos didáticos para todos nos fins de semana. “Isso já vem sendo utilizado com sucesso em áreas tradicionalmente violentas. Diminui a depredação e gera respeito.” Defende ainda atividades coletivas que envolvam pais, alunos e professores.
Coronel Nonato ressalta que combater a violência não foi o foco da transformação dos colégios, ainda que impacte na questão pela presença da farda no ambiente escolar. “Naturalmente, o desvio de conduta se torna mais raro. Há o constante risco de ser preso.” Procurada pela reportagem, a Secretaria de Educação afirmou que o órgão que está comentando o assunto é a SSP.
Cobrança irregular de taxas foi revertida após intervenção do MP
Com novas escolas militares já em funcionamento, coronel Nonato afirma que a adaptação dos antigos alunos vem sendo tranquila. “Geralmente não existe choque e, se existir, será trabalhado pela coordenação com os pais e o aluno. A mudança cria até motivação a eles, com as novas atividades.”

Miriam também acredita que parte dos estudantes reage bem à nova organização, ao rigor e ao ambiente conservador, mas não são todos. “Os alunos pobres que não se adaptam, porém, não têm alternativa. O pagamento de taxas e a compra de material escolar e uniforme incomodam os pais, por menor que seja o valor”, defende.
Miriam se refere às cobranças de taxa de matrícula e mensalidade que passaram a ser obrigatórias após a militarização no Colégio Fernando Pessoa, em Valparaíso. O fato levou à intervenção do Ministério Público de Goiás (MP). “É permitido que escolas militares peçam contribuições voluntárias aos pais dos alunos matriculados, cujo valor é definido através de reuniões entre a direção da escola e o conselho dos pais. Porém, a cobrança compulsória é proibida. Não há discussão sobre isso”, explica Simone Disconsi, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Educação do MP.
A ação do MP foi promovida em 22 de janeiro e deferida seis dias depois. “O Estado passa a ficar obrigado a garantir que os pais que não têm condições de arcar com as despesas possam matricular seus filhos em Valparaíso.” Segundo Simone, o caso se tornou ainda mais grave por ter ocorrido no período de adaptação após as mudanças. Em outras escolas recentemente transformadas em militares, como em Cidade de Goiás, Inhumas e Novo Gama, o pagamento das taxas passou a ser obrigatório. Porém, após pedido do MP, a situação irregular acabou. Segundo a SSP, 100% do valor arrecadado é revertido para a própria instituição de ensino, por meio de compras de equipamentos, promoção de atividades e eventos e quitação de despesas da unidade de ensino.
Os colégios
Confira, abaixo, as dez escolas públicas estaduais de Goiás que passaram a ser administradas pela Polícia Militar em 2014:

Colégio Clementina Rangel de Moura (Formosa)
Colégio Fernando Pessoa (Valparaíso)
Colégio José Carrilho (Goianésia)
Colégio José de Alencar (Novo Gama)
Colégio Manoel Vila Verde (Inhumas)
Colégio Nestório Ribeiro (Jataí)
Colégio Polivalente Gabriel Issa (Anápolis)
Colégio Professor João Augusto Perillo (Cidade de Goiás)
Colégio Tomaz Martins da Cunha (Porangatu)
Escola Pedro Ludovico (Quirinópolis)

Especialistas defendem aprovação automática no ensino fundamental


No Brasil, cerca de 9% dos custos com educação básica são destinados aos reprovados na escola

 
Temida pelos alunos, a reprovação na escola também é impopular entre educadores brasileiros. Em 2011, o Ministério da Educação (MEC) sugeriu que as escolas não reprovassem alunos nos três primeiros anos do ensino fundamental. Mesmo antes disso, porém, a prática já era adotada informalmente por alguns Estados.
Desde os anos 1980, movimentos nesse sentido começaram a tomar forma na tentativa de descontinuar uma cultura de reprovação presente na sociedade e aplicada à educação. Ainda é cedo para avaliar os resultados dessa medida de 2011, mas especialistas são a favor da aprovação automática. Eles defendem mudanças que garantam um melhor desempenho entre os estudantes.
Para o professor especializado na área de políticas públicas da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Remi Castioni, a medida é acertada. "A reprovação é extremamente danosa no bloco inicial", considera. O especialista explica que o alto índice de reprovação brasileira pode ser influenciado pelo fato de que muitas crianças chegam à escola aos seis anos sem nenhuma formação anterior, ou seja, sem passar pela educação infantil. A baixa cobertura da rede de creches e pré-escolas diminui inclusive a chance de conclusão do ensino médio. Segundo Castioni, quem frequenta a educação infantil tem chance 30% maior de cursar até o fim do ensino médio. Por isso, ele defende investimentos nessa área. "Isso traz benefícios para a trajetória do aluno", avalia.
Reprovar uma criança não ajuda em nada para melhorar sua autoestima ou sua vontade de estudar. Pelo contrário.
Miguel Gonzales Arroyoprofessor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
"Reprovar uma criança não ajuda em nada para melhorar sua autoestima ou sua vontade de estudar. Pelo contrário", observa o professor emérito da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Miguel Gonzales Arroyo. Para ele, a reprovação é uma medida antipedagógica e antiética, já que muitas vezes a nota abaixo da média ocorre somente em uma matéria, mas o aluno é obrigado a estudar todas novamente. A diretora executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, explica que ainda hoje, a ideia de que escola forte é aquela que reprova está muito presente entre os pais. "No nosso imaginário, tem sido difícil de mudar. Nunca é fácil combater questões culturais", afirma.
Contudo, de nada adianta passar todo mundo sem que o conteúdo seja aprendido, destaca Priscila. "Temos que acabar com a reprovação sem que isso reflita na qualidade", diz. Para ela, o desafio do Brasil é justamente combinar esses dois elementos: aprovação e qualidade. Arroyo vê como ideal um sistema capaz de avaliar as lacunas que ainda devem ser preenchidas enquanto o aluno cursa a série seguinte - como se fosse uma disciplina em dependência. Além disso, estratégias de garantia de aprendizagem, como oferecer assistência a quem tem mais dificuldades e aulas de reforço ao longo do ano todo podem, prevenir que um estudante seja reprovado e se torne um candidato à evasão.
Temos que acabar com a reprovação sem que isso reflita na qualidade.
Priscila Cruzdiretora executiva do movimento Todos pela Educação
Brasil é um dos países que mais reprova
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Brasil tem uma das mais altas taxas de reprovação da região. Contudo, nos últimos anos já se observa uma diminuição significativa na repetência dos alunos brasileiros, antes mesmo da recomendação governamental de 2011. O País teve a maior redução no índice de repetência escolar nos primeiros anos do ensino fundamental entre os países da América Latina e do Caribe - de 24% em 1999 para 18% em 2004. O diagnóstico está registrado pelo Global Education Digest (GED) 2012, relatório divulgado em novembro de 2012 pelo Instituto de Estatísticas da Unesco. Além dos dados brasileiros, o documento traz um panorama global da educação em relação à repetição de séries e evasão escolar.

Em 2010, 32,2 milhões de alunos repetiram de ano no mundo (em 2000, esse número era de 34,7 milhões de estudantes) e 31,2 milhões deixaram a escola antes mesmo de concluir a educação primária - definição da Unesco para a faixa que, no Brasil, vai do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. A redução de 7% é exaltada no relatório (divulgado em novembro do ano passado), principalmente porque as matrículas nessas séries cresceram 6% no período (de 654,8 milhões para 691,3 milhões). Do total dos repetentes, o maior número está na África Subsaariana (35%). A América Latina e a região do Caribe concentram 17% desses alunos, onde a expectativa para a conclusão de todo o ensino fundamental é de 9,5 anos (quase um ano dedicado a repetir alguma das séries).
A ideia de que escola forte é aquela que reprova está muito presente entre os pais
Priscila Cruzdiretora executiva do movimento Todos pela Educação
Para financiar esses estudantes, os governos também precisam abrir os cofres. No Brasil, estima-se que aproximadamente 9% dos custos com educação básica sejam destinados a dar suporte aos que são reprovados na escola. Além disso, o impacto também pode recair sobre a autoestima de crianças e adolescentes, atrapalhando seu progresso acadêmico e podendo levar ao abandono.
O relatório defende o sistema de aprovação automática como mecanismo para diminuir os índices de repetência, condição apontada como uma das razões para a evasão. Segundo o documento, essa prática não pode ser diretamente associada ao desempenho do aluno, uma vez que países com educação de alta qualidade como Finlândia, Noruega e Islândia aplicam o sistema, enquanto outros como Bélgica, Canadá, Países Baixos e Estados Unidos impõem a repetição caso o aluno não atinja as médias. O GED ressalva, contudo, que o progresso individual de um aluno pode ser impactado por essas políticas. No sul e no leste da África, por exemplo, crianças que nunca repetiram de ano têm mais chances de obter melhores resultados em disciplinas que envolvem leitura ou matemática. Já o progresso de quem ficou pra trás costuma ser mais lento.[Fonte: Terra]

Vencedores da Olimpíada de Língua Portuguesa destacam leitura


O secretário de Educação Básica do MEC, César Callegari, entrega a medalha ao aluno Jhonatan Kepim e ao seu professor, Alan Francisco, de Rondônia. Eles receberam a medalha na categoria Memórias Literárias - Foto: Agência Brasil
Com os versos ''O sertanejo anseia/ Uma visita em nossa terra, Faz as honras da casa/ E ansioso espera/ São José intercede/ E o povo reza'' do poema Ô de Casa?!, o aluno Henrique Douglas, 12 anos, do município de José da Penha (RN), ganhou um dos prêmios da Olimpíada de Língua Portuguesa. O estudante contou como é ser o filho de um vaqueiro e viver no sertão nordestino. A competição premiou, nesta segunda-feira, 20 estudantes e seus professores nas categorias Poemas, Crônicas, Memórias Literárias e Artigo de Opinião.
''Demorei um bom tempo para construir o meu poema, a professora treinava muito. Em casa, minha mãe me incentivou a caprichar. Acho que o prêmio vai estimular os meus colegas a ler e estudar muito. Estou muito contente'', comemorou Henrique, um dos cinco vencedores na categoria Poema.
A professora de Henrique também comemorou a vitória na premiação. Simone Bispo foi finalista nas duas edições anteriores, com medalhas de bronze e prata. Segundo ela, é no resultado positivo da competição que encontra forças para driblar os obstáculos da profissão. ''É difícil. Algumas pessoas não acreditam no desempenho das crianças e alguns alunos não querem estudar. É preciso ter muita persistência e compromisso com a leitura e a escrita'', diz Simone.
Jhonatan Oliveira Kempim, 13 anos, um dos vencedores na categoria Memórias Literárias, foi inspirado pela comunidade indígena de Espigão do Oeste, em Rondônia, onde mora. Autor do texto O Tempo, o Chiado e as Flechas, o aluno contou como dois índios se assustaram com o chiado da panela de pressão e mataram um garotinho da região, acreditando que se tratava de um invasor.
Para Alan Francisco Gonçalves Souza, professor de Jhonatan e mais 65 alunos, a conquista ''deu muito trabalho''. ''Chegamos a refazer o material em sala de aula mais de dez vezes. Tivemos vários problemas, o material da Olimpíada não chegava em nossa escola, tivemos que usar o que estava disponível na internet, mas o resultado é muito gostoso, ver os alunos animados'', disse Alan, que conquistou o prêmio pela primeira vez.Ao todo, a Olimpíada reuniu em Brasília 152 semifinalistas e teve a participação de quase 3 milhões de alunos do 5º ano do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio de escolas públicas. Todos os semifinalistas receberam tablets.
Alunos e professores vencedores distribuídos em 13 estados brasileiros receberam medalha, um notebook e uma impressora. As escolas dos participantes também recebem dez computadores cada, um projetor multimídia, um telão para projeção além de livros para a biblioteca. Confira a lista dos vencedores.
A Olimpíada da Língua Portuguesa é uma parceria entre o Ministério da Educação (MEC) e a Fundação Itaú Social, sob a coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). O objetivo da competição é influenciar na melhoria do ensino da leitura e da escrita, com ações de formação continuada para professores de 5º e 6º anos do ensino fundamental e orientar a produção de textos dos alunos da rede pública. [Fonte: Terra]

Qual a importância dos conteúdos escolares? Saiba mais


"Para que aprender isso? No que que eu vou usar na minha vida?" Boa parte dos professores já escutou essas perguntas durante as mais variadas aulas. Para muitos estudantes que chegam ao ensino médio com ideias de qual profissão gostariam de seguir, continuar aprendendo sobre os mais variados conteúdos é mera questão de ser aprovado no vestibular ou, no mínimo, reforçar a certeza de quais áreas eles não gostariam de se dedicar de jeito nenhum. Porém, a formulação do currículo escolar procura abarcar conhecimentos que serão aproveitados pelos alunos em qualquer curso superior e no próprio dia a dia.
"O que pode não fazer sentido hoje serve para ter uma formação global generalista que depois vai permitir a ele se tornar um especialista por meio da graduação", explica Célio Tasinafo, professor de História e diretor pedagógico do colégio e cursinho pré-vestibular Oficina do Estudante (SP). "Tudo o que eles acham que 'não serve para nada' é por não ter a dimensão de como as áreas específicas estão estruturadas e como esse conteúdo é básico", completa. [Fonte: Terra]
INFOGRÁFICO

10 conteúdos importantes
Conheça melhor a importância de conteúdos cuja utilidade é geralmente questionada pelos estudantes, de acordo com os próprios professores

Organização e estudo diário são rotina para vencedora do Soletrando

Yasmin Böhm Lewis Esswein, 14 anos, sempre foi uma aluna dedicada. Alfabetizou-se aos cinco anos e desde pequena tomou gosto pela leitura e pelo português. A jovem estuda ao menos uma hora por dia, aumentando o tempo para duas horas aos fins de semana. Não é por acaso que a estudante do nono ano do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA) não errou nenhuma palavra durante as etapas que a levaram à final da competição Soletrando, da qual foi vencedora em 2012.
A palavra que lhe deu o prêmio de R$ 100 mil e o troféu Jorge Amado no fim de setembro foi "endechador", vocábulo que a estudante desconhecia. "Nunca tinha visto a palavra, mas havia estudado etimologia e regras ortográficas, então refleti sobre isso, analisei e cheguei à conclusão da grafia correta", conta, ressaltando que o mais difícil durante a competição foi manter a tranquilidade. "Ela nunca deu chance para adversário, porque sempre acertava todas", orgulha-se a mãe, Carmen Lúcia.
O gosto pela leitura foi incentivado pelos pais, que liam histórias antes dormir desde que a menina tinha dois anos. "Sou muito curiosa e sempre gostei de ler, porque quanto mais leio, mais aprendo", diz Yasmin. Na preparação para o Soletrando, passou a estudar mais do que o normal, auxiliada por um dicionário eletrônico.
Yasmin ingressou no CMPA em 2009. Como não provém de família militar, teve que prestar concurso para entrar no colégio. Já em 2008, aos 10 anos, começou a estudar para o exame. Na época, além de estar matriculada na Escola Escobar, que prepara para o ingresso no Colégio Militar, ela também frequentava um cursinho com o mesmo objetivo. "O CMPA é uma entidade de ponta, e sempre pensamos na possibilidade de ela estudar lá. Quando chegou o momento, a preparamos para isso", conta James, pai da menina. Os três finalistas da edição 2012 do Soletrando eram de colégios militares.
"Cada colégio que estudei tinha suas particularidades, e eu tive uma base muito boa. Se eu sou o que sou hoje é por causa da base que tive, porque aprendi a ler e escrever bem", afirma Yasmin, que também frequentou o colégio Pró-Saber, em Porto Alegre. Além das aulas no CMPA, Yasmin se divide entre aulas de inglês duas vezes por semana e o clube de química às segundas-feiras.
Determinada, Yasmin já sabe o que fazer com o prêmio em dinheiro: economizar para investir em uma provável graduação em odontologia e na especialização em ortodontia. Além da formação profissional, a gaúcha também deve destinar 10% da quantia para uma instituição de caridade. [Fonte: Terra]

Especialista: ensino não está preparado para lidar com 'gênios'


Ter uma inteligência acima da média pode representar facilidade para algumas coisas, mas a falta de preparo e estrutura do sistema de ensino brasileiro para identificar e lidar com esses talentos é apontado por especialistas como a principal dificuldade enfrentada pelos estudantes superdotados, que muitas vezes não são compreendidos na escola.
E quem pode ser considerado um superdotado? Para o Conselho Brasileiro para Superdotação, este perfil resulta de três conjuntos de traços: habilidade acima da média em alguma área de conhecimento, comprometimento com a tarefa e criatividade. A Mensa, sociedade formada por pessoas de alto QI na Inglaterra, entende uma pessoa como superdotada aquela que obtém um resultado de 140 pontos ou mais em um teste de QI padrão. A estimativa é de que 5% da população seja superdotada. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que entre 1,5 milhão e 2,5 milhões de alunos no País sejam detentores de altas habilidades em alguma área do conhecimento.
Integrante destacado de sociedades conhecidas por aceitaram somente pessoas com QI muito alto, como Mensa Brasil, Vertex Society e GenerIQ Society, o gaúcho Eduardo Correa, argumenta que quocientes de inteligência altos não necessariamente são acompanhados de um resultado excelente em um determinado teste. "Se a inteligência fosse dependente do desempenho, alguém com desinteresse em dada atividade, por a considerar fútil, seria classificado como inferior intelectual, mesmo na condição relativa de adulto mental, tal como ocorre no ambiente escolar para aqueles com QI muito superior à média", conclui Correa.
Segundo a presidente da Associação Brasileira para Altas Habilidades/Superdotados (ABAHSD), Erondina Vieira, para falar do processo de identificação de superdotados é importante deixar de lado aquele mito do jovem bom em tudo. "Nós temos uma série de crenças com relação aos superdotados, como acreditar que esses jovens sempre serão geniais em matemática ou física, usarão óculos com lentes grossa e serão introvertidos", afirma Erondina. Ainda segundo a diretora, atualmente é comum encontrarmos superdotados com grandes habilidades em literatura, história, línguas, altas capacidades psicomotoras, entre outras.
Embora existam diversas maneiras de reconhecer um superdotado, seja por meio de testes específicos ou por períodos de observação, algumas características como a criatividade, a persistência, a maturidade precoce e a curiosidade podem ser consideradas traços comuns nessas pessoas. "O período mais difícil de reconhecer um aluno de alto intelecto é na infância. Isso porque as crianças são naturalmente curiosas, então fica mais complexo, por exemplo, separar a curiosidade de uma criança superdotada da de uma criança comum" explica Erondina.
A entidade trabalha, essencialmente, com o processo de observação para seleção de estudantes. Em um período de seis meses a um ano, um educador observa o aluno em questão para avaliá-lo e comprovar suas potencialidades. Geralmente após a identificação, essas instituições recebem o estudante em um turno oposto ao das suas aulas do ensino básico, em uma rotina que incluem exercícios e atividades de acordo com os interesses do superdotado.
Além do acompanhamento adequado, com um corpo técnico composto por professores, doutores, mestres e especialistas, as escolas e associações para superdotados servem como plataforma para o aluno realizar seus projetos pessoais, desenvolvendo ainda mais as suas potencialidades. Segundo Ricardo Pereira, membro e psicólogo supervisor nacional da Mensa, esse tipo de ambiente é ideal para indivíduos com inteligência acima da média explorarem características como a criatividade.
Aos 15 anos, Elizelton Abreu dos Santos cursa o ensino médio, gosta de conversar, ler, mexer no computador e sair com os amigos nas horas vagas. Seria um jovem como muitos outros não fosse sua capacidade intelectual muito acima da média, especialmente em física. No ano passado ele, em um time com mais dois estudantes, foi vice-campeão nas Olimpíada Brasileira de Robótica. "Sempre gostei desse campo de robótica e engenharia, e pretendo pesquisar mais sobre o assunto no futuro", afirma Elizelton.
Quanto mais cedo for identificado esse talento natural, mais fácil adequar o estudante em uma rotina que seja produtiva para ele e para o grupo no qual esteja inserido. "Ao ignorarmos esse quadro, criamos no jovem um comportamento comum a crianças insatisfeitas. Ele se torna o excluído da turma, pois resolve os exercícios com facilidade e pode vir a atrapalhar a aula, é tachado de CDF pelos colegas e, às vezes, se fecha em seu mundo", comenta Erondina. Segundo a educadora, nossas escolas ainda não estão preparadas para filtrar os estudantes especiais de suas instituições. "Perdemos uma quantidade incrível de alunos, que chegam a negar suas altas habilidades para poder se inserir em grupos de convívio, porque as escolas não estão preparadas para lidar com eles", lamenta a presidente. [Fonte: Terra]

MEC tenta evitar inclusão de novas disciplinas no currículo escolar


Contrário ao inchaço dos currículos escolares com novas disciplinas, o Ministério da Educação (MEC) articulou-se com o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), para evitar que fosse enviado imediatamente à Câmara dos Deputados projeto de lei que insere duas novas matérias na grade escolar do ensino básico: Cidadania Moral e Ética no ensino fundamental e Ética Social e Política no ensino médio.
Para atender ao ministério, Braga entrou com recurso solicitando que o PLS 2/2012, do senador Sérgio Souza (PMDB-PR), também seja apreciado pelo Plenário, para decisão final. Inicialmente, a análise pelo Plenário estava dispensada, já que a proposta havia sido aprovada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), em setembro, em decisão terminativa.
Na visão do MEC, a aprovação do projeto não é a solução mais adequada para tratar dos temas da ética e da cidadania. Em nota técnica enviada à liderança do governo, o ministério argumenta que os documentos orientadores dos currículos "não sugerem a criação ilimitada de disciplinas nem de conteúdos, mas que a escola oportunize condições para que temas socialmente relevantes sejam incluídos e tratados no desenvolvimento dos conteúdos escolares".
Complementação
Ainda de acordo com a nota, atualmente os componentes curriculares obrigatórios, de abrangência nacional, estão estruturados em cinco áreas: línguas, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e ensino religioso. Na avaliação do ministério, por meio desses componentes, assim como na parte diversificada, que pode ser agregada aos currículos pelos demais entes federativos e as próprias escolas, podem ser abordados temas abrangentes para complementar a formação dos alunos.

Como exemplo, a nota cita assuntos contemporâneos que afetam a vida humana em escala global, regional e local, bem como a esfera individual. Destaca temas como saúde, sexualidade e gênero, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), e a preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional de educação ambiental (Lei 9.795/99), além de educação para o consumo, educação fiscal, trabalho, ciência e tecnologia e outros que revelem a diversidade cultural.
Tempo reduzido
A nota informa que são frequentes as iniciativas legislativas e proposições vinda da sociedade no sentido da inclusão de novas disciplinas e temáticas nos currículos. Apesar da relevância das sugestões, ressalta que antes de novas inclusões é necessário debater e decidir "sobre o tempo e o espaço que a escola e seus professores vão dispor para organizar o desenvolvimento do trabalho a ser realizado".

O ministério assinala, ainda, que é difícil incluir a diversidade de componentes desejada diante de uma estrutura de horas de atendimento ao aluno que não se modificou desde a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Conforme salientado, a LDB indica apenas um mínimo obrigatório de quatro horas de atividades diárias, em um calendário de 200 dias letivos.
Esvaziamento ético
Na CE, o projeto de Sérgio Souza foi aprovado com base em relatório favorável do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). O relator elogiou a proposta, a seu ver uma iniciativa para fazer frente ao "esvaziamento ético no Brasil".

A senadora Ana Amélia (PP-RS), por sua vez, lembrou que o projeto foi colocado em votação poucos dias depois da realização de protestos de jovens em diversas cidades contra a corrupção, durante a celebração da Independência.
Lídice da Mata (PSB-BA), no entanto, demonstrou preocupação com a criação de mais uma disciplina escolar, sugerindo que os conteúdos relativos ao tema sejam abordados no âmbito das matérias já existentes.
Sérgio Souza, o autor do projeto, ponderou que as aulas da nova disciplina poderão ocorrer no turno contrário ao das aulas normais dos estudantes. [Fonte: Terra]

Acompanhar lição de casa do filho facilita aprendizado


A lição de casa sempre vira uma tarefa para a família - o aluno precisa entregar o dever e os pais têm o papel de supervisionar essa atividade. Tornar esse momento do dia prazeroso é um desafio, pois competir com televisão, videogame ou qualquer outra brincadeira é extremamente difícil. Mas é uma tarefa que toda mãe - ou pai - adora fazer.

Mas existem alguns meios de facilitar esse processo. A psicóloga comportamental Paula Pessoa Carvalho, especializada em orientação psicológica, familiar e educacional, indica que acompanhar a lição com o filho e tornar o momento de aprendizagem agradável faz com que a criança se estimule e se habitue a estudar em casa. "Isso facilitará seu desenvolvimento educacional durante toda a vida acadêmica", afirma. 

Melhor horário
O melhor horário para o estudo é o que a criança esteja mais disposta, ou seja, sem sono ou fome. Também é importante definir o mesmo horário todos os dias, para que a criança se acostume com essa rotina. 

Cuidados com o ambiente
O local de estudo pode ser uma mesa no quarto, na sala ou na cozinha, mas longe do sofá e da cama. Estabeleça que a lição seja feita sempre no mesmo lugar, onde não existam reforçadores concorrentes como TV ligada, som, videogame ou alguém brincando ao lado. 

É importante acompanhar
Outro ponto importante para que a criança sinta prazer em fazer a lição de casa é ter alguém que a auxilie, para que esse momento seja agradável. Pode ser a mãe ou o pai. 

Erros são aceitos
Também é legal que a criança tenha a possibilidade de errar e acertar. Não critique demais os erros dos pequenos, pois eles são necessários para que a criança aprenda o certo. Seja carinhoso, explique com paciência. Lembre-se de elogiar quando ela acertar. 

Atenção para dificuldades de aprendizado
Os pais devem ficar atentos quando, mesmo com todos os métodos seguidos, a criança não consiga se concentrar. Não aprenda com os erros, nem por exclusão, dedução ou entendimento. Se isso acontecer é importante pedir uma atenção para a escola e para profissionais especializados para ver se está tudo certo com seu pequeno. 

Para as mães que trabalham fora
Caso a mãe ou o pai não possam acompanhar quando a criança faz a lição, é importante definir o local e o horário e retomar o que foi feito no momento em que chegar a sua casa. Tente perceber se a lição foi feita com dedicação. 

[Fonte: Coletânea Editorial
Especial para o Terra]