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Curso de Educação em Espaços Não-Formais


Neste Curso de Educação em Espaços Não-Formais você aprenderá entre outras coisas pontos importantes como: Educação não formal: conceitos e histórico, Atividades para serem desenvolvidas no âmbito da educação, Letramento e interdisciplinaridade, etc.

A Educação em Espaços Não-Formais ou Educação Não-Formal é aquela que ocorre fora do sistema formal de ensino, sendo complementar a este. É um processo organizado, mas geralmente os resultados de aprendizagem não são avaliados formalmente.

O Curso Online de Educação em Espaços Não-Formais, é totalmente Grátis e está disponibilizado em Vídeo aulas bem explicadas que você pode ser assistidas cada dia um pouco e os vídeos que forem assistidos ficarão registrados, na conclusão do Curso será emitido um Certificado Digital de conclusão em PDF totalmente gratuito para o aluno imprimir ou baixar para seu computador. Curso EAD a distância, tipo treinamento online, rápido com diploma válido em todo Brasil.

Nossos Certificados Válido em todo Brasil por decreto Presidencial são úteis para:

– Carga horária para complementar suas horas Extra Curriculares da Faculdade.
– Prova de títulos para Concursos públicos municipais, estaduais e federais
– Atualizar seu Currículo Profissional e aumentar suas chances de conquistar um melhor emprego.
– Para comprovar suas qualificações profissionais nas áreas que já atua ou deseja atuar.
– Para ascensão de carreira ou cargo na empresa que trabalha.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DO CURSO DE EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO-FORMAIS

Aula 01 – A escola de ontem e hoje

Aula 02 – A educação e as transformações da sociedade

Aula 03 – Educação não formal: conceitos e histórico

Aula 04 – Educação não formal: lugares de atuação do pedagogo

Aula 05 – A educação não formal enquanto espaço alternativo para a educação

Aula 06 – Conhecendo e refletindo sobre espaços alternativos

Aula 07 – Atividades para serem desenvolvidas no âmbito da educação

Aula 08 – A importância da Leitura

Aula 09 – A literatura enquanto arte e suas contribuições para a Educação Não Formal

Aula 10 – A escrita, o falar de si e a Educação Não Formal

Aula 11 – Contribuições da Teoria do Letramento para a Educação Não Formal

Aula 12 – Letramento e interdisciplinaridade 




 




Semana da Pedagogia 2012 - FGG/ACE


Dicas de Softwares para Elaboração de Mapas Conceituais

Segue abaixo uma lista de softwares que podem ser utilizados para elaboração de Mapas Conceituais:

CmapTools 5.04 - http://cmaptools.softonic.com.br/
Freeplane 1.1.3 - http://freeplane.softonic.com.br/
XMind Portable 3.2.1 - http://xmind-portable.softonic.com.br/
BizAgi Process Modeler 1.6 - http://bizagi-process-modeler.softonic.com.br/
iMindMap 4.1.2 - http://imindmap.softonic.com.br/
XMind 3.2.1 - http://xmind.softonic.com.br/
Flo 1.1 - http://flo.softonic.com.br/
PersonalBrain 6.0.6.1 - http://personalbrain.softonic.com.br/
Mindomo 5.22 - http://mindomo.softonic.com.br/

Escolas experimentais: aluno decide o que e como quer aprender


Na Escola Livre Experimental de Piracanga (BA) os alunos escolhem o que querem aprender - Foto: Divulgação
Quando o sol nasce na pequena área de Piracanga (BA), localizada a 60 km de Ilhéus, as crianças da comunidade já começam a se preparar para mais um dia de aula na Escola Livre Experimental. Em uma casa de madeira, com telhado de bambu, envolta pela natureza e banhada pelo Rio Paracanga, elas se acomodam para o começo das atividades. Contudo, isso só ocorre quando os alunos desejarem.
Nesse tipo de escola, o estudante diz quando se sente preparado para estudar, é quem escolhe as oficinas de que vai participar e o dia em que está apto para avançar de nível. A proposta é que os alunos aprendam por sua genuína vontade. São os princípios básicos do que se chama de escola experimental.
Segundo a pedagoga Patrícia Fonte, autora do livro A Paixão de Educar e o Desafio de Inovar e diretora da Projetos Pedagógicos Dinâmicos, esse conceito abriga todas as instituições educacionais que não seguem o método tradicional de ensino, no qual o professor explica, o aluno escuta e todas as classes são voltadas para o quadro negro.
Porém, ainda são poucos os colégios que adotam métodos pedagógicos alternativos no Brasil. E foi por isso que Patrícia matriculou a filha em uma instituição tradicional. "Foi por falta de opção. Acredito muito nas escolas experimentais, pois existe um dinamismo que motiva a criança a buscar o próprio aprendizado, o que passa a ser mais significativo para elas", afirma.
Para a pedagoga, no sistema tradicional os alunos viram meros transmissores de conhecimentos decorados, voltados somente para o vestibular. "Eles não são ensinados a refletir, argumentar", queixa-se. Mestre em Educação da Criança, José Pacheco concorda: "a escola dita tradicional mantém-se conivente com o estímulo da competitividade, fomenta o imediatismo e a frivolidade", diz.
Na Escola Livre Experimental de Piracanga não tem sala de aula. No lugar, há vários espaços criativos e de estudo. Lá, as crianças são separadas em grupos de, no máximo, 15 alunos, classificados de acordo com a idade. Cada grupo tem seu espaço, mas também existem muitas áreas em comum: como a oca para as meditações, a cozinha, a marcenaria e a oficina de artesanato. "O que caracteriza essas escolas é o ecletismo. Mas todas tratam de 'acabar com a sala de aula' e incentivar a descoberta do aprendizado", reforça Pacheco.
Durante o dia, as crianças e os jovens, que são aceitos a partir dos três e até os 18 anos de idade, têm a possibilidade de escolher diferentes atividades. Em uma sala, por exemplo, fica uma tutora lendo histórias. Em outra, uma professora ensina pintura. Cabe a cada criança escolher o que mais a atrai. Segundo a direção, as crianças aprenderão a optar e a viver as consequências e os deveres de cada escolha que fizerem.
Todos os dias são oferecidas atividades como ensino de idioma (inglês, francês, espanhol), natação, aulas de massagem, meditação, dança, jogos de integração do grupo, passeios, teatro e cinema. Cada aluno deve optar por uma dessas programações, que depois de cumprida, deve ser substituída por outra.
Considerando as distintas etapas de desenvolvimento, as crianças recebem dos adultos ajuda em áreas como matemática, geografia, história, língua portuguesa, sociologia, física, biologia e química. Ou seja, independentemente das escolhas do estudante, essas disciplinas são inseridas de forma indireta dentro do dia a dia escolar. Ao trabalhar com uma oficina de teatro, por exemplo, alguns conteúdos de história são trabalhados. E ao realizar oficinas de culinária, o aluno também terá aulas de matemática.
O método não-diretivo de ensino propõe que as crianças decidam aprender por interesse próprio e não por serem obrigadas. Elas acabam sendo expostas aos mesmos conteúdos que uma escola tradicional, mas de forma lúdica e no tempo de cada uma delas. Para a pedagoga Patrícia, pelo fato de os alunos estudarem por espontânea vontade, o ensinamento é mais atrativo e os conteúdos acabam mais fortemente fixados.
Adaptação
Mas permitir que o aluno aprenda quando quiser também pode representar um risco. Ana, nome fictício de uma mãe que preferiu não se identificar, matriculou os dois filhos, um de 7 e outro de 4 anos, em uma escola experimental de São Paulo (SP). Segundo ela, o mais novo se adaptou bem. "Ele é curioso e desinibido. Já está conseguindo ler com quatro anos", conta.
Porém, o filho mais velho está cada vez mais deprimido e sem vontade de ir para a aula. "Todo dia ele chora e me pede para ficar em casa", diz. Ana descobriu que a turma do filho está em fase de alfabetização, mas que, por acreditar em uma linha pedagógica construtivista, o colégio incentiva que cada um aprenda no seu tempo.
Para a mãe, quando a professora pede que cada aluno escreva a palavra flor, por exemplo, da forma como acha que está correto, o filho se sente pressionado, pois quer acertar. "Ele sempre foi muito perfeccionista. Desde pequeno se exige muito, então, fica nervoso. Se pedem para escrever flor, ele quer escrever do jeito certo. Tem pavor de errar", relata.
Para Pacheco, tudo é uma questão de adaptação. Já a pedagoga Patrícia alerta para a necessidade de os pais estarem atentos. "É experimental. Para algumas crianças funciona, para outras não. Cabe aos pais observar seus filhos e detectar isso", diz. Foi assim com Ana. "Percebi que, para a personalidade do mais velho, o melhor é a escola tradicional", diz a mãe, que contratou um professor particular para o filho até o início do ano que vem, quando pretende levá-lo para outro colégio.
O processo de troca, aliás, também precisa ser observado. A escola do filho de Ana, por exemplo, tem séries definidas. Porém, em alguns colégios experimentais não existe o conceito de série. Nesses casos, se a criança for para uma escola tradicional, geralmente passa por um teste de nivelamento antes de ser admitida na nova instituição.
Tempo determinado
O caráter de experimentação dessas escolas tem por objetivo testar alternativas pedagógicas. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, é permitida a organização de colégios experimentais, com currículo e métodos próprios, mas por tempo determinado. Durante este tempo, é obrigatório que a instituição de ensino contenha a palavra Experimental no seu nome.
Depois do tempo determinado, definido judicialmente, o Conselho Estadual de Educação em questão avalia o funcionamento escolar, sua validade legal, o rendimento dos alunos, entre outros critérios. Se aprovada, a instituição deixa de ser experimental e se torna uma escola regular, mas com método pedagógico diferenciado.[Fonte: Terra]

UMA PROPOSTA PÓS-CRÍTICA


UMA PROPOSTA PARA A PROPOSTA CURRICULAR DE SANTA CATARINA

Por: Jorge Schemes*


Está na hora da Rede Pública Estadual de Educação rever a sua fundamentação teórica e pedagógica descrita na Proposta Curricular de Santa Catarina, pelo menos no que diz respeito a sua concepção de homem, de sociedade e de educação. Faço referência ao seu modelo de currículo, o qual tem como base filosófica o Marxismo com seu materialismo histórico e filosófico. Sem dúvida a análise crítica social a partir de referenciais marxistas representou, para as teorias educacionais do século XX, uma superação do modelo curricular tradicional.
A teoria tradicional é marcada por uma teoria metafísica de ser humano, ou seja, a busca da unidade na diversidade. Essa pedagogia de abordagem tradicional foi construída durante séculos, e ainda pesa sobre a educação hoje. Na teoria tradicional, marcada por uma metodologia centrada no professor, com forte ênfase conteudista e caracterizada pelo fracasso escolar, a realidade é excludente. No modelo tradicional, as palavras e expressões que mais se destacam são: ensino centrado no professor, aprendizagem por meio da memorização, avaliação por meio de testes e provas, didática rígida, organização e disciplina, planejamento e conteúdo programático, eficiência e objetivos.
Dentro desse contexto, a Proposta Curricular de Santa Catarina representou um marco na tentativa de superação do modelo tradicional. Fundamentalmente porque apresenta uma teoria crítica em contraposição à teoria tradicional. A obra de Karl Marx (1818-1883) influenciou drasticamente a visão sobre a sociedade humana, e causou grande impacto no pensamento social e político. O marxismo, desenvolveu-se a partir de uma crítica à tradição filosófica racionalista, levando o conceito de dialética do plano da consciência humana para a base material da sociedade, com sua estrutura econômica e as relações de produção. O impacto sobre a educação se faz sentir ainda hoje com a obra de Lev S. Vygotsky e Alexei N. Leontiev. A teoria crítica buscou resgatar a concepção materialista da história, ou seja, transformar a realidade e as mentalidades utilizando, para tanto, a dimensão cultural. Contudo, as teorizações marxistas (teorias críticas) viam as pessoas apenas como sujeitos de classe social. Para Marx, essa concepção era o grande regulador da condição humana que definia as experiências dos sujeitos, suas condições de desigualdade, opressão e hierarquia social. Desta forma, o currículo crítico é marcado por palavras e expressões como: ideologia, reprodução cultural e social, poder, dialética, luta de classes e classe social (apenas duas: burguesia e proletariado), capitalismo, relações sociais de produção, conscientização, emancipação e liberdade do sujeito, currículo oculto e resistência. Assim sendo, para Marx e consequentemente para as teorias críticas que surgiram, a diversidade e as diferenças, bem como outras dimensões humanas que também pudessem ser importantes para as pessoas, além da classe social, não foram contempladas. Marx não considerou que as pessoas também pudessem ser marcadas socialmente por causa de seu sexo, seu gênero, sua raça, sua etnia, seu estado físico, sua sexualidade e sua religião ou crença.
Diante do exposto, outra abordagem possível para o currículo escolar está fundamentada em teorizações pós-críticas, tanto do sujeito quanto do poder. Na agenda da escola do século XXI encontramos preocupações sobre o respeito ao diferente, a diversidade, a inclusão escolar e a diminuição das desigualdades sociais. Assim sendo, as principais características de um currículo pós-crítico são palavras e expressões como: identidade e alteridade (destacando aqui a filosofia da libertação de Enrique Dussel e a ética da alteridade de Emmanuel Lévinas), diferenças e subjetividades, significação e discurso (lembrando aqui Michael Foucault e Jaques Derrida), saber e poder, representação, cultura e multiculturalismo, gênero, sexualidade, raça, etnia e desconstrução.
O contexto sociocultural e econômico do século XXI exige uma nova formatação curricular que dê conta das relações sociais na sua multiplicidade. As teorias pós-críticas sob a influência do pós-estruturalismo (perspectiva teórica que se comporta como categoria descritiva de análise), devem fazer uma análise do caráter do currículo baseada nos estudos culturais. Contudo, assumir uma perspectiva pós-crítica implica em atitudes fundamentais, tais como: crítica aos sistemas explicativos globais da sociedade, crítica as explicações universais e essencialistas acerca das identidades, dos gêneros e das sexualidades, problematização dos modos de produção e divulgação da ciência, questionamento da aceitação de um poder central e unificado que rege o todo social, desconstrução do caráter permanente das oposições binárias da cultural ocidental (etnocêntrica e hierárquica).
Ao compararmos, de forma sintética, a teoria tradicional, a teoria crítica e a teoria pós-crítica, as questões que se impõem para a educação no contexto histórico atual são: que escola queremos? Para qual sociedade? Como o currículo escolar de hoje supre as características sociais de um mundo pluralista e multicultural? Como a Proposta Curricular de Santa Catarina lida com as diferenças e com a questão de identidades subordinadas? Como as características de um currículo pós-crítico podem suprir as lacunas deixadas pelo modelo tradicional e crítico?

* JORGE SCHEMES
Formação: Bacharel em Teologia com ênfase em Grego e Hebraico. Licenciado em Pedagogia com Habilitação em Séries Iniciais e Administração Escolar. Licenciado em Ciências da Religião com Habilitação em Ensino Religioso. Pós-Graduado em Interdisciplinaridade e Metodologia do Ensino Superior. Pós-Graduado em Psicopedagogia Clínica e Institucional. Atuação Profissional: Técnico Pedagógico na Gerência de Educação de Joinville - GERED - Responsável pelo NEPRE, APOMT e APÓIA. Professor de Filosofia da Educação, História da Educação, Antropologia Cultural, Empreendedorismo, Educação e Conjuntura Política e Projetos Educacionais e Corporativos na FGG (Faculdade Guilherme Guimbala - ACE). Professor de Religião no Instituto de Parapsicologia de Joinville. Professor de Ensino Religioso nas Escolas Públicas Municipais Saul Sant'Ana de Oliveira Dias, Luiz Gomes, Pauline Parucker e João Bernardino. Membro Conselheiro do COMEN e da CMAIDS (Conselho Municipal de Entorpecentes e Comissão Municipal de Prevenção e Controle de DST/AIDS). Membro da aliança:"Por Um Mundo Sem Tabaco", do INCA (Instituto Nacional do Câncer). Escritor e Palestrante. Contato Direto: (47) 8829-4706

Por uma pedagogia libertadora

ASPECTOS NORTEADORES DE UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA LIBERTADORA

Por: Jorge Schemes

É fundamental para o professor estabelecer uma relação entre a teoria e a realidade. Para tanto o profissional deve estar preparado (por exemplo: o hábito da leitura do jornal antes de entrar na sala de aula pode ser uma maneira). Há uma carência na preparação, formação e capacitação de professores neste sentido. Que termo seria o mais apropriado, preparação ou formação? Seria a formação o currículo? Que fundamentação epistemológica tem esta formação acadêmica? Neste sentido a influência positivista é muito forte, tanto nas disciplinas pedagógicas como no estágio.
Quanto a educação continuada, ela é relevante dentro do conceito de formação e não de preparação? Seria essa formação, de professores ou pesquisadores? Poderíamos falar em uma capacitação continuada? O fato é que a formação, a preparação e a capacitação são regidas pela Lei do Mercado Financeiro. Em muitos casos há uma terceirização da mão de obra do profissional da educação. Contudo, ser professor, ou estar sendo, é um processo constante e interdisciplinar.

Relações afetivas no sistema ensino-aprendizagem:

A palavra entusiasmo vem do grego e significa “Deus dentro de si”. Em educação é imperativo agir entusiasticamente. Não é o sucesso que traz o entusiasmo, mas é o entusiasmo que traz o sucesso. Os profissionais da educação precisam sentir “graça” no que fazem. “Graça” tem a ver com a inteireza do que se faz. Educar não é apenas um processo racional, pois razão é igual a divisão, essa é a função da razão, ela divide. A razão dá razão, dá o conhecimento, mas não a sabedoria. A razão é um instrumento pessoal, contudo a consciência é universal. Por outro lado, o amor é igual a atenção, pois envolve os cinco sentidos e passa pelo afeto. O que existe, a realidade é o que passa pelo canal dos cinco sentidos, sem isso há um vazio existencial. Olhar, tocar, cheirar, saborear, ouvir. Amar é prestar atenção no outro, pois o contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença. Gostar é diferente de amar. Gostar é um sentimento egoísta, pois tudo recebe. Amar é altruísta, pois tudo dá. Entretanto o amor não é fácil, porque para amar é preciso consciência. Contudo, o professor precisa cuidar de si mesmo primeiro para poder dar. Tudo que você põe a sua atenção com amor cresce. Portanto, quem ama primeiro é porque tem mais consciência, não porque tem mais razão.

Onde está a graça da educação?

No resultado? Na nota? Ou no processo? Se a graça estiver no resultado, será como alguém que suporta o mês todo e só sente graça quando recebe. Todo educador precisa diferenciar o automatismo da sensibilidade no processo de ensino e aprendizagem. Pois a graça está no processo que leva ao resultado. A graça está no ritual, no preparo, no processo. É imperativo, se for o caso, resgatar a graça do processo de ensino e aprendizagem.

Avaliação:

O ser humano não é o que sabe apenas em uma determinada área, mas é o que sabe em suas múltiplas dimensões. Não há como separar os sentimentos das teorias defendidas e das ações que são empreendidas. Avaliar é compreender, significa valorizar e, sobretudo promover diferentes jeitos de aprender, de sentir e de viver. Há no mínimo quatro aspectos que devem ser levados em conta na avaliação formativa, ou seja: os registros, os processos de avaliação em si, as concepções de educação e os valores morais e éticos. Avaliação é uma ação multidimensional, por isso é também subjetiva e não apenas objetiva. Um olhar único não absorve toda a multidiversidade que está diante do professor. Essa avaliação também é contínua, qualitativa, emancipatória e interpretativa. É na observação atenta que será possibilitado o exercício do aprendizado do olhar. Quando o professor avalia, ele está no terreno das hipóteses. Avaliar é ter certeza que não temos certeza. Isso exige muitos registros e anotações, tanto por parte do aluno quanto do professor. Mas quais as formas de registro? Com certeza não se dá apenas numa escala numérica. Estabelecer a nota com precisão possibilita escrever (enunciar) o porquê desta precisão (isso não acontece).

Condições de qualidade:

1. Aceitar a diversidade.
2. Reconhecer a multidimensionalidade do termo.
3. Entender qualidade na educação como aprendizagem e formação moral.

Em relação a diversidade, o profissional precisa duvidar sempre de suas interpretações. Há muitos fatores que interferem, ou seja: as impressões generalistas; o que é relevante para cada um; a ditadura do tempo; as aparências e inversões; os preconceitos; as conclusões equivocadas. Quanto a multidimensionalidade (multiplicidade), o profissional precisa valorizar os diferentes jeitos de aprender, de sentir e de viver. Os tempos da dinâmica da aprendizagem envolvem mobilização, experiência educativa, expressão de sentido do conhecimento e mobilização. Por exemplo, proposto o assunto há uma experiência aducativa (atividades diversas, essencialmente interativas); em seguida expressão de sentido (troca de idéias, experiências, anotações, etc.). Este ciclo envolve o professor como avaliador em dimensões e intenções diferentes. A mobilização significa provocar o desejo e a necessidade de aprender, a experiência educativa significa promover a interação afetiva e desenvolver atividades diversificadas, e a expressão do conhecimento significa acompanhar e orientar, por propostas e tarefas gradativas e complementares o conjunto de saberes do aluno.

Dimensões da qualidade:

Primeiramente o educador precisa considerar que os rumos do pensamento não são lineares. A qualidade envolve precisão, coerência e riqueza. A observação de várias dimensões derruba o certo e o errado. Em relação ao aluno há quatro dimensões: objetivos, conteúdos, aprendizagens e cenário avaliativo. Para o professor, além de interpretar a tarefa é necessário mediá-la. Os conteúdos devem ser significativos e o cenário avaliativo tem que estar de acordo com todas as dimensões.


Multiplicidade curricular e avaliação por competências:

O currículo está posto de maneira fragmentada. Como avaliar em cada área do conhecimento? Há que se considerar a especificidade de cada área (matemática, ciências, artes, português, educação física, ensino religioso, geografia, história, etc.). Todas as áreas devem incentivar a produção de textos (escrever, escrever, escrever...). O grande desafio é estabelecer critérios e métodos de avaliação com especificidade para cada área do conhecimento. A pergunta que deve ser feita é: “O que é avaliação para esta determinada área do conhecimento?” Partindo da experiência de vida de cada aluno promover a avaliação formativa. Dedicar mais tempo, atenção e afeto a quem mais precisa significa entender qualidade na educação como formação moral e ética (subjetiva). Competências são objetivos amplos e complexos e envolvem as múltiplas dimensões da aprendizagem propostas pela UNESCO: aprender a fazer; aprender a ser; aprender a conviver; e aprender a aprender. O termo competência é uma nomenclatura diferente, mas o sentido é o mesmo do proposto pela UNESCO. Objetivos amplos e complexos não a mesma coisa que objetivos gerais, e objetivos gerais não são objetivos amplos e complexos. Esse novo caminho avaliativo pressupõe estrutura da escola (administração do tempo e do espaço pedagógico). Todavia, o maior problema a ser superado é o da estrutura curricular. Deve-se levar em consideração a carga horária de cada disciplina e o que é prioritário no processo de ensino e aprendizagem. É um absurdo aplicar provas objetivas, aulas informativas e conteudistas sem antes conhecer o aluno em suas especificidades.

A PEDAGOGIA DA ALTERIDADE

A PEDAGOGIA DA ALTERIDADE

Por: *Jorge Schemes

Cada vez mais o individualismo selvagem e até mesmo cruel se impõe como filosofia de vida no cotidiano de milhares de crianças e jovens. A indiferença pelas necessidades do outro e a banalização da vida humana são considerados princípios de autopreservação e sobrevivência. A criminalidade em todas as suas esferas nos transmite uma sensação de impotência e nos deixa perplexos. As leis do anti-humanismo contemporâneo acabam sendo adotadas como regras de conduta, onde os fins justificam os meios. Os modelos (paradigmas) morais não são permanentes, antes são fúteis, fracos e passageiros, deixando uma lacuna ética e moral na cosmovisão social. Vivemos no século do descartável, do obsoleto, da vulnerabilidade de mercados, e, como conseqüência, da vulnerabilidade do humano, que acaba sendo avaliado no contexto neoliberal como meio e não como fim em si mesmo. Certamente que este cenário de crise moral, ética e espiritual que se manifesta na sociedade pós-moderna têm repercussão dentro da escola. Todavia, o comprometimento ético com a educação deveria lançar um “olhar caleidoscópico” dos educadores sobre a infância e a juventude. Contemplar a diversidade e as diferenças presentes em sala de aula é o primeiro passo para desmantelar a concepção metafísica de ser humano, a qual foi formatada por séculos dentro do modelo tradicional de ensino. Neste caso, trata-se de uma concepção uniforme, pré-moldada e limitada. A concepção metafísica de ser humano com seu olhar “telescópico” só poderia servir aos interesses daqueles que visavam à exclusão, pois é uma idéia preconceituosa que não contempla “os incapazes”. Devemos considerar que, a concepção que se tem de ser humano afeta diretamente a concepção de sociedade e de educação. Que tipo de ser humano se quer formar? Para qual sociedade? Com que educação? Pensar no ser humano numa perspectiva histórico-social, de construção e reconstrução constante dentro de um processo dialético e dialógico, nos possibilita contemplar “as infâncias” e “as juventudes” manifestadas diante de nós. Esse olhar “caleidoscópico” propicia uma visão da diversidade presente dentro da escola. Ao mudar o foco de nosso olhar sobre o humano manifestado no ser, percebesse a necessidade de uma ética que contemple o outro como manifestação plenamente humana. O “totalmente outro” que se manifesta como é, e é recebido e acolhido como tal, sem preconceitos ou discriminação. Por este viés, faz-se necessário uma reflexão profunda sobre o pensamento teórico e as práticas pedagógicas. Neste contexto a pedagogia precisa ser repensada como uma pedagogia da alteridade. Ao contemplar as diferenças e propiciar o diálogo e a reverência pelo outro, que se manifesta como síntese humana no rosto, a pedagogia da alteridade precisará de uma ética pertinente. Portanto, a ética da alteridade não é um discurso vazio com palavras estéticas, mas uma atitude moral realizada na concretude do ser que está erigido em corpo físico e manifestado no rosto do outro. Ou seja, envolve atitudes que produzam ações de solidariedade, respeito, zelo, justiça, cidadania e que tenham como alvo o diferente, o excluído, o criminoso, o violento, o rebelde, o indisciplinado, enfim, “o totalmente outro” manifestado diante de nós por meio de seu rosto humano. O rosto, como manifestação do humano é paradoxal, pois é ao mesmo tempo objetividade e subjetividade, tristeza e alegria, angústia e paz, totalidade e infinito. O rosto é manifestação e mistério, é concretude e idealismo, e é no rosto e por ele que percebemos e somos percebidos enquanto seres humanos. O rosto nos aproxima e nos remete a uma necessidade ética universal. A ética da alteridade condena a segregação, a exclusão, os pré-conceitos e pré-juízos, e contempla o acolhimento do outro, a solidariedade, a diversidade e a justiça, não apenas como um discurso retórico, mas como atitude moral de comprometimento com o diferente, incluindo nesta classificação a nós mesmos. O rosto é a manifestação universal do humano no ser, do totalmente outro, fragmentado pelo mundo pós-moderno da técnica. O rosto é clamor e exigência ética, ignorá-lo é viver no vazio do egoísmo individualista da autoconsciência. Ignorar o rosto como manifestação ética diante de nós equivale a ignorar o transcendente. O rosto é o convite ético do infinito na forma finita. Esse convite exige uma resposta por meio da ética da alteridade. O rosto nos impõe responsabilidade moral, o rosto nos conclama a justiça social, o rosto do outro estabelece os limites éticos e morais de nossas ações. Olhar no rosto do outro estabelece o primeiro passo para o compromisso e para o comprometimento ético, pois não podemos viver apenas para o ego solitário (egocentrismo) sem considerar que o rosto do outro nos convoca à justiça social e à solidariedade. O rosto é a expressão do humano que se impõe ao anti-humanismo pós-moderno, o qual vem até nós embrulhado na forma de consumismo doentio. O rosto do outro, do excluído, é grito e súplica, e é ao mesmo tempo manifestação ética e exigência ética. O rosto do outro nos remete a necessidade de uma ética universal. Essa necessidade ética universal pode ser construída como uma filosofia primeira, antes mesmo da ontologia, ou seja: como ética da alteridade. Nesta fundamentação ética é que será possível uma pedagogia mais humana, justa e solidária, ou seja, a pedagogia da alteridade.
*Jorge Schemes Técnico Pedagógico na GERED - Gerência de Educação – Joinville, SC.