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Curso de Gestão de Sala de Aula, Online, Grátis e com Certificado Gratuito Para Imprimir


Curso de Gestão de Sala de Aula

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DO CURSO DE GESTÃO DE SALA DE AULA

Aula 01 – Como conquistar os alunos no início de cada aula?

Aula 02 – Como manter os alunos engajados durante toda a aula

Aula 03 – Como estimular a interpretação de textos na sala de aula

Aula 04 – Vamos por partes: como ensinar habilidades complexas

Aula 05 – Como gerar interesse nos alunos para a leitura de um texto

Aula 06 – Como usar a pontuação para melhorar a compreensão de um texto

Aula 07 – Como ensinar seus alunos a se prepararem para um debate

Aula 08 – Como melhorar a pronúncia dos alunos durante a leitura

Aula 09 – Como engajar todos os alunos na leitura de um texto

Aula 10 – Como mostrar para os alunos que não tentar é inaceitável

Aula 11 – Como ampliar e aprofundar o vocabulário dos alunos

Aula 12 – Como aproveitar o tempo e imprimir ritmo na sala de aula

Aula 13 – Como melhorar a fluência de leitura de seus alunos

Aula 14 – Como deixar claro o objetivo de aprendizado em cada aula

Aula 15 – Como melhorar a compreensão de um texto

Aula 16 – Técnica Arremate – Como terminar a aula verificando se os alunos compreenderam a matéria dada

Aula 17 – Técnica: Comece Pelo Fim

Aula 18 – Técnica: Deixe Claro o Objetivo

Aula 19 – Técnica: Faça o Mapa

Aula 20 – Técnica: O Caminho Mais Curto

Aula 21 – Técnica: Planeje em Dobro

Aula 22 – Técnica: Quatro Critérios

Aula 23 – Aproximação entre diretor e professores ajuda no aprendizado do aluno


 

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Estados Unidos da América Ainda Fazem Uso da Palmatória em Escolas Para Punir Alunos

© Getty Images Muitos americanos se surpreendem ao descobrir que estudantes em várias partes do país ainda são submetidos a castigos físicos

Quando a americana Ayanna Smith foi buscar seu filho, Jalijah, na escola, em uma tarde de 2016, foi informada de que o menino, então com 5 anos de idade, havia sido "acusado" por um coleguinha de mostrar a língua para a professora. Sua surpresa aumentou ao descobrir como a escola resolveu o problema: aplicando golpes de palmatória nas nádegas do menino.

"A professora não viu se ele havia mesmo mostrado a língua, apenas acreditou no que outra criança disse", diz Smith à BBC News Brasil. "Ela chamou outro professor, autorizado pela escola a disciplinar estudantes com castigos corporais. Em vez de investigar o que houve ou de me contatar, ele levou meu filho para outra sala e o espancou."
A revolta de Smith foi agravada pelo fato de que ela havia comunicado à escola, localizada em DeSoto, cidade de 53 mil habitantes no Estado do Texas, que não autorizava que o filho fosse disciplinado com punição corporal. "Preenchi o formulário enviado pela escola pedindo permissão dos pais e marquei minha opção", ressalta.
Smith tirou o filho da escola e o educou em casa por quatro meses, até o início do ano letivo seguinte. "Na época, ele ficou com medo de ir à escola", lembra. "Hoje, ele tem 8 anos de idade e estuda em uma escola diferente, mas ainda não consegue confiar nos professores."
Muitos americanos se surpreendem ao descobrirem que estudantes em várias partes do país ainda são submetidos à palmatória e outros tipos de castigos físicos. Afinal, esse tipo de punição já foi banido há décadas na maioria dos países e, mesmo nos Estados Unidos, é proibido em quase todas instituições públicas, como centros de treinamento militar, prisões e até mesmo como sentença para criminosos.
Mas a prática é permitida por lei em escolas públicas de 19 dos 50 Estados americanos, compreendendo alunos desde a pré-escola até o 12º ano (equivalente ao último ano do ensino médio no Brasil). Nas escolas particulares, o alcance é ainda maior, com permissão em 48 Estados - somente Nova Jersey e Iowa proíbem.

Cada Estado dos EUA tem suas próprias regras

O tipo mais comum de castigo é a aplicação de golpes de palmatória nas nádegas, mas há também relatos de espancamento com outros objetos, como cintos ou réguas. Cada Estado tem suas próprias regras, que incluem detalhes como o tipo de palmatória usada, o número máximo de golpes e o grau de força permitidos.
A palmatória é feita de madeira e tem tamanho variado, geralmente em torno de 40 cm de comprimento e de 5 cm a 10 cm de largura. Algumas têm buracos para aumentar a velocidade do golpe e a dor. Os golpes são aplicados por um professor, diretor ou outro funcionário autorizado. Certas escolas exigem a presença de uma testemunha adulta.
Apesar de o departamento federal de Educação recomendar que o castigo seja proporcional ao comportamento, não há controle sobre sua aplicação. Desde casos mais sérios, como brigas, até pequenas infrações, como mascar chiclete, conversar em aula, ir ao banheiro sem permissão ou chegar atrasado, podem levar a essa punição.
Muitas vezes os estudantes podem escolher entre a palmatória ou outro tipo de punição, como suspensão ou notas mais baixas. Dependendo do distrito escolar, os pais podem se recusar a permitir que seus filhos recebam castigos físicos.
Em alguns casos, como na escola de Jalijah, os pais precisam preencher um formulário indicando se permitem ou não. Em outros, os castigos são norma, e os pais que se opuserem precisam tomar a iniciativa de enviar uma carta à escola. Há ainda distritos em que, caso o estudante cometa uma infração, os pais são consultados antes que o castigo seja administrado.
Mas, assim como ocorreu com Smith, não é incomum que a vontade dos pais seja ignorada. Nesses casos, como a lei garante proteção à escola e aos funcionários envolvidos, os pais têm poucos recursos para contestar, mesmo quando o aluno sofre ferimentos.

Quase 110 mil alunos punidos

É difícil encontrar números precisos, já que muitos incidentes não são relatados, mas segundo o Departamento de Educação dos Estados Unidos, quase 110 mil alunos de escolas públicas receberam castigos físicos no ano letivo de 2013-2014. O número é bem menor do que os mais de 342 mil registrados em 2000-2001, e vem caindo gradualmente.
Mesmo nos Estados em que é permitida por lei, a prática já deixou de ser usada por vários distritos escolares. Um exemplo é a Carolina do Norte, onde já foi banida de todos os 115 distritos, apesar de ainda ser oficialmente legal. Neste mês, foi apresentado um projeto para modificar a lei, o que consolidaria a proibição e tornaria o Estado o 32º a abolir esta forma de punição.
Mas, nos locais em que o uso de punição corporal nas escolas persiste, especialmente no sul do país e em comunidades rurais, tentativas de alterar as leis costumam ser recebidas com resistência.
"É tradicional há muitos anos nessas comunidades, é difícil para os moradores abandonarem as tradições", diz à BBC News Brasil o deputado estadual republicano Steve Riley, de Kentucky, autor de uma proposta para proibir castigos físicos nas escolas públicas do Estado.
Riley destaca que somente 17 dos 173 distritos escolares de Kentucky, predominantemente em zonas rurais, ainda permitem a prática. Mesmo assim, sua proposta acabou nem indo à votação. Dois projetos semelhantes já haviam sido apresentados em 2018 e 2017, também sem sucesso.
"A maior parte da resistência vem daqueles que acreditam que isso deve ser uma decisão local, sem interferência do governo estadual", afirma Riley, que atuou por mais de 30 anos como professor e diretor de escola e pretende reapresentar a proposta no próximo ano.
"Castigo físico não muda comportamento, é simplesmente punição. Não acho que seja eficaz. Adultos não deveriam espancar estudantes na escola. Não é bom para ninguém", afirma.

Castigos físicos já foram amplamente aceitos nos EUA

Durante séculos, o uso de castigos físicos para disciplinar estudantes foi amplamente aceito nos Estados Unidos. Em 1867, New Jersey foi o primeiro Estado a proibir a prática em escolas públicas. Mas somente em 1971, mais de cem anos depois, um segundo Estado, Massachusetts, seguiu o exemplo.
Em 1977, a discussão chegou à Suprema Corte, a mais alta instância da Justiça americana, que decidiu que o uso de castigos físicos nas escolas era constitucional. Nas décadas seguintes, muitos Estados baniram a prática de suas instituições de ensino públicas.
Hoje, o uso de castigos físicos em escolas públicas é considerado ilegal em 31 Estados e no Distrito de Columbia, onde fica a capital americana, Washington. Mas, desde 2011, quando o Novo México adotou a proibição, nenhum outro Estado conseguiu mudar sua lei. Várias tentativas recentes de aprovar uma proibição em nível federal também não foram adiante.
Com isso, os Estados Unidos estão atrás da maioria dos países desenvolvidos. Segundo a organização Global Initiative to End All Corporal Punishment of Children (Iniciativa Global para Acabar com Toda Punição Corporal de Crianças, em tradução livre), 131 países proíbem completamente o uso de castigo físico nas escolas.
Em outros 68, a proibição em escolas não existe ou não é total, como no caso americano. Em 54 países, entre eles o Brasil, a proibição se aplica a qualquer local, inclusive em casa.
"O conceito de disciplina física está profundamente arraigado na nossa cultura e História", diz à BBC News Brasil o especialista prevenção de abusos de crianças Victor Vieth, fundador do National Child Protection Training Center (Centro Nacional de Treinamento para Proteção de Crianças, em tradução livre) e diretor de Educação e Pesquisa do Zero Abuse Project (Projeto Abuso Zero, em tradução livre).
"Também acho que a religião tem um papel importante. Os Estados em que castigo físico em escolas ainda é legal tendem a ser mais religiosos e mais conservadores", observa.

Especialistas dizem que castigo físico pode piorar comportamento do aluno

Muitos especialistas afirmam que a aplicação de castigos físicos nas escolas não ajuda a melhorar comportamento ou desempenho acadêmico e costuma ter impacto negativo em ambas as áreas, além de reduzir a confiança entre professores e alunos e poder causar ferimentos. Nos Estados Unidos, várias organizações religiosas, de saúde e educação se opõem à prática.
A Associação Americana de Psicologia diz que castigos corporais podem levar a comportamento antissocial, agressividade e problemas de saúde mental nas crianças. A Academia Americana de Pediatria diz que a prática é ineficaz e prejudicial e pode gerar um círculo vicioso de comportamento cada vez pior e punições cada vez mais severas.
A Associação Médica Americana, maior associação de médicos do país, a United Methodist Church (Igreja Metodista Unida, terceira maior denominação cristã do país, e a Associação Nacional de Diretores de Escolas Secundárias também estão entre as organizações oficialmente contrárias à prática.
Críticos afirmam ainda que castigos físicos violam os direitos humanos das crianças. Além disso, vários estudos indicam que, nas escolas americanas, afetam desproporcionalmente estudantes negros e portadores de alguma deficiência, dificuldade de aprendizado, autismo ou em cadeira de rodas.
Apesar das críticas, há pais e professores que ainda consideram os castigos físicos uma boa maneira de disciplinar os estudantes, acreditam que não faz mal em moderação e consideram preferível a outras alternativas, como suspensão.
Mas a prática vem perdendo espaço. Em 2016, um estudo do professor de economia Dick Startz, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, revelou que apenas sete Estados (Mississippi, Texas, Alabama, Arkansas, Georgia, Tennessee e Oklahoma) respondem por 80% dos casos de punição corporal em escolas públicas americanas.
"A maioria dos pais e mães mais jovens se opõe ao uso de castigos físicos", diz Vieth. "Acredito que a maioria dos americanos são contra castigos físicos na escola, mesmo que apoiem dentro de casa. A prática está em declínio." [Fonte: MSN Notícias]

Baixo desempenho do Brasil em teste da OCDE revela também desigualdade de gênero na educação

Um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) detectou disparidades no desempenho escolar de meninos e meninas no Brasil.
Com base nos resultados de seu Programa Internacional de Avaliação de Desempenho Escolar (Pisa), que mede o desempenho de adolescentes de 15 anos em leitura, matemática e ciências, a entidade mostra que o percentual de meninos com baixa pontuação nos testes é de mais de 45% no Brasil, enquanto meninas ficam abaixo de 40%.
Os dados são relacionados ao ano de 2012.
Em ambos os casos, o país ficou bem distante da média dos países-membros da OCDE, que é de cerca de 15% para meninos e 9% para meninas.

Sub-representação

Mas na avaliação da resolução de problemas de matemática e de ciências, a relação de gênero se inverte. No Brasil, meninos superam meninas entre 20 e 30 pontos na pontuação total do teste. Segundo cálculos da OCDE, isso equivaleria ao resultado de quase oito meses a mais de escola para os meninos.
"O Brasil tem um grande número de meninos que não conseguem atingir níveis básicos de eficiência em leitura, matemática e ciências. Ao mesmo tempo, é um dos países com uma das maiores disparidades de gênero nos estudos de matemática e ciência. São resultados preocupantes porque o país precisará de estudantes com boas qualificações nessas áreas se quiser incrementar seu potencial de crescimento econômico nos próximos anos", disse à BBC Brasil Francesca Borgonovi, co-autora do estudo e analista de educação da OCDE.
Aula com meninos
O índice de meninos brasileiros de 15 anos com baixa pontuação nos testes da OCDE foi de 45%
A disparidade nessas áreas não é uma exclusividade do Brasil e se reflete também no ensino superior, em que mulheres estão sub-representadas. Segundo a OCDE, em todos os países estudados apenas 14% das mulheres jovens que entraram na universidade pela primeira vez em 2012 escolheram campos relacionados à ciência, incluindo engenharia, indústria e construção. O percentual masculino foi de 39%.
Um ponto-chave do estudo da OCDE é o que a entidade classifica como ansiedade dos alunos diante de disciplinas como a matemática. Em média, detectou-se um índice de 27% de meninos e de 34% de meninas admitindo "grande nervosismo" diante da resolução de problemas matemáticos.
No Brasil, os índices saltam para 43% dos meninos e 54% das meninas.

Videogames

O maior número geral de meninos falhando em obter níveis básicos em leitura, matemática e ciências se deve a uma série de fatores, segundo a OCDE. Há evidências de que podem ser causadas por diferenças de comportamento de gênero. Meninos, por exemplo, gastam uma hora a menos por semana fazendo o dever de casa do que as meninas - em média, elas dedicam 5,5 horas semanais para tanto.
Outro ponto é a questão dos videogames: o estudo mostra uma diferença supreendente no uso destes aparelhos eletrônicos fora do horário de escola. Mais de 60% dos meninos jogam videogame com frequência, número que cai para 41% entre as meninas. A OCDE sugere que o passatempo esteja sacrificando hábitos de leitura de meninos.
A OCDE recomenda uma série de medidas como um pacote de soluções. Elas começam no lar, com pais dando apoio e incentivos iguais para filhos e filhas - algo que ainda é uma espécie de tabu nos países analisados pelo estudo, em que pais estavam mais propensos a esperar que meninos trabalhassem em um campo da ciência, tecnologia, engenharia ou matemática mesmo quando seus filhos e filhas de 15 anos de idade obtinham o mesmo desempenho em matemática.
Para o órgão, no entanto, as medidas passam também por uma atenção especial de professores, sobretudo aos alunos socioeconomicamente desfavorecidos. Um ponto especificamente ligado ao Brasil, já que a OCDE constatou uma diferença, por exemplo, de 83 pontos no desempenho em matemática em favor de estudantes de escolas particulares sobre os de escola pública, por exemplo.[Fonte: BBC.UK]

Como 215 escolas brasileiras superaram desafios na educação

Educação de qualidade apesar das condições socioeconômicas desfavoráveis. Este foi o desafio superado por 215 escolas públicas brasileiras analisadas pelo estudo Excelência com Equidade. Realizado pela Fundação Lemann em parceria com o Itaú BBA, seus resultados consolidados já estão disponíveis no QEdu.org.br para que você também possa ler sobre estas escolas.

Documentos para baixar e ler onde quiser

Para conhecer o estudo completo acesse a página Excelência com Equidade no QEdu.

O documento pode ser lido em duas partes:
  • Baixe aqui o estudo quantitativo, divulgado neste mês, em setembro de 2014, que analisa estatisticamente 215 escolas que tiveram excelência educacional com equidade;
  • Baixe aqui o estudo qualitativo, publicado em dezembro de 2012, que analisou em detalhes um grupo de 6 escolas selecionadas a partir do grupo de 215.
Você também pode acessar o estudo completo aqui.

Conheça as 215 escolas

Navegue nas 215 escolas apontadas pelo estudo e acesse os dados educacionais de cada uma delas através das páginas do QEdu.

Excelência com Equidade na Mídia

Os dados levantados pelo estudo alcançaram repercussão em três interessantes reportagens: 
Além disso, o Excelência com Equidade ganhou destaque nas referências bibliográficas do Mapa do Buraco, documento elaborado por jovens talentos e que aponta os desafios do ensino brasileiro.

Você é educador ou gestor e também tem histórias de sucesso para contar? 

Conte nos comentários da página da Fundação Lemann no Facebook a sua história! As cinco primeiras histórias ganharão a versão impressa do estudo com os resultados dos relatórios qualitativo e quantitativo.

Ainda não conhece o QEdu?

Clique na imagem abaixo, navegue na nossa página principal e conheça o maior portal de informações educacionais do Brasil.

 
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Gasto por aluno no Brasil é um terço de países desenvolvidos

O Brasil aumentou o total de verbas destinadas à educação nos últimos anos, mas o gasto por aluno no país é um terço do investimento feito pelas nações desenvolvidas. Isso é o que aponta um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado nesta terça-feira (09/09/2014).

De acordo com o levantamento, o gasto público com cada estudante brasileiro em 2011 foi de US$ 2.985, o que corresponde a R$ 6.789. Já nos países desenvolvidos, o total de verbas por aluno foi quase três vezes maior no mesmo ano: US$ 8.952, o que corresponde a R$ 20.360.

A OCDE calculou os investimentos públicos de 34 países que formam a entidade, além de dez parceiros, entre eles o Brasil. Da lista, somente a Indonésia gasta menos do que o governo brasileiro por estudante. Entre as nações com maior investimento per capita, estão os Estados Unidos, Áustria, Holanda e Bélgica, com despesas na área superiores a R$ 10 mil.

Por outro lado, o documento, chamado "Um olhar sobre a educação", aponta que o Brasil emprega mais recursos do que os outros países na área. Enquanto a média da ODCE foi de 13% de todo o gasto público, o governo brasileiro investiu 19% no setor. [Fonte: Globo.com]

Educação do futuro terá banda larga gratuita e drones


Nos próximos 10 anos, a expressão “não sei” vai desaparecer. O mundo todo estará conectado, com internet banda-larga gratuita distribuída por drones, balões, ou microssatélites, e qualquer dúvida será resolvida quase instantaneamente. A previsão é do venezuelano José Cordeiro, professor da Singularity University, localizada em uma base de pesquisa da Nasa, no Vale do Silício (EUA). “Poderemos usar nosso cérebro para coisas mais importantes, mais interessantes e mais inovadoras. Para tarefas repetitivas, teremos os robôs e a inteligência artificial”, resume.

Esse futuro, explica, muda a forma como devemos encarar o conhecimento e a educação atualmente, e é um dos pilares a sustentar a Singularity, que coloca para si a missão de “educar, inspirar e capacitar líderes para aplicar tecnologias exponenciais para enfrentar os grandes desafios da humanidade.” Lá, os participantes - a instituição evita usar a palavra “estudantes” - conhecem as tecnologias de ponta desenvolvidas no Vale do Silício e são instigados a pensar em como elas serão aplicadas nos empreendimentos do futuro - todos com base tecnológica, utilizando inovação e criatividade. “As pessoas que chegam lá costumam ter quatro características: são experts em alguma área, mostram espírito empreendedor e capacidade de liderança e têm experiência internacional”, diz Cordeiro. Uma das perguntas feitas na seleção para o ingresso na universidade é “como você pretende mudar o mundo?”.

Não é por acaso que as palavras empreendedorismo e inovação foram as mais utilizadas pelo venezuelano e por quase todos os participantes do I Workshop Estácio Educação & Inovação, realizado na última quarta-feira na Universidade Estácio de Sá. Ex-secretário Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e atual reitor da Estácio, Ronaldo Mota resume: “A inovação é uma das chances de o Brasil ser sustentável. Temos de ser competitivos em todos os setores, e isso se faz formando pessoas inovadoras”.

Mota compara o passado e o futuro do processo educativo que deverá nortear os métodos das escolas e universidades do futuro. Para ele, aquele conteúdo que antes era segmentado e teórico tende a ser, cada vez mais, interdisciplinar e baseado em situações e problemas reais, e as avaliações individuais serão substituídas pela constatação da capacidade de realizar missões e trabalhar em equipe. O ensino, que antes era centrado no professor, se voltará para o educando, que tem autonomia para decidir onde, quando e como estudar. “O processo educativo se torna um fenômeno coletivo-cooperativo, ainda que preocupado com a individualidade do estudante”, diz o reitor, autor do livro Education for Innovation and Independent Learning (Educação para Inovação e Aprendizagem Independente, em tradução livre), escrito em parceria com David Scott.
Ele afirma que o professor não reduzirá a avaliação do aluno a simplesmente saber e não saber, porque o profissional do futuro não será medido por isso, mas por sua capacidade de enfrentar desafios e buscar respostas. “Temos que romper com a educação dependente e estimular a aprendizagem independente”, reforça.
“Não se dirá mais ensino presencial e a distância, apenas ensino”
Mota acredita que a autonomia do educando passa pela hibridização da educação a distância e presencial. “Se ele for fazer disciplina presencial, haverá um portal, se for fazer outra a distância, mesmo assim trabalhará em equipe”, explica. Para Pedro Graça, diretor de EAD da Estácio, a modalidade disponibiliza recursos que a presencial, por si só, não oferece. Por exemplo: é possível acompanhar mais atentamente aluno por aluno, vendo o que cada um está errando em cada exercício, quais as dificuldades e as facilidades, e adaptar o conteúdo às necessidades dele.

Ele aponta que um dos desafios tradicionais do EAD, a resistência dos docentes, vem se tornando um problema mais distante, e que cada vez mais o EAD é encarado como uma ferramenta complementar de ensino, não como um entrave ou concorrente. “Os professores que hoje trabalham com EAD, na maioria, não vieram prontos, foram capacitados. Nas próximas gerações, estarão mais preparados, pois isso será trabalhado desde sempre. Não vai mais existir ensino presencial e a distância, apenas ensino”, avalia.  
Diretor de Relações Corporativas e Sustentabilidade da Estácio, João Barroso destaca que o motor do crescimento das matrículas brasileiras no ensino superior é decorrente das instituições de ensino privadas, com grande impulso do EAD. Ele acredita que essas entidades serão imprescindíveis para que o País seja capaz de cumprir a meta 12 do Plano Nacional de Educação, que prevê elevar a taxa bruta de matrícula na Educação Superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos.
Sala de aula do futuro e gamificação
No evento, a Estácio apresentou algumas de suas iniciativas que buscam àquilo que considera ser a “universidade do futuro”. A instituição construiu um protótipo do que será a “sala de aula do futuro”, que conta com uma tela conectada desenvolvida na universidade e patenteada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Ela permite interatividade com outros dispositivos, gerenciamento remoto e troca de conteúdo colaborativo, com o objetivo de facilitar o uso de conteúdos multimídia e a interação com os estudantes, substituindo projetor, computador, tela e caixa de som. O mobiliário também foge do tradicional e é pensado para estimular a criatividade dos alunos. A sala está em teste, e a ideia é que, até 2020, chegue a todas as unidades da Estácio.


Educadores: militarização de colégios reflete falência do sistema educacional

Para estudantes de dez colégios públicos de Goiás, a antecipação das aulas por causa da Copa do Mundo não é a única mudança no ano letivo de 2014. As dez escolas da rede estadual, por meio de parceria entre a Secretaria de Educação e a Secretaria de Segurança Pública (SSP), passaram a ser administradas pela Polícia Militar do Estado - e agora são colégios militares. Enquanto a SSP aponta a medida como um pedido da comunidade, educadores a encaram como um reflexo da falência do sistema educacional. A situação já gerou reclamações dos pais sobre taxas cobradas e até ação do Ministério Público.
Segundo o coronel Raimundo Nonato, porta voz da SSP, as funções da escola são divididas entre as duas secretarias. A parte administrativa e disciplinar, algumas atividades extraclasse e o atendimento são responsabilidades da PM, e a área pedagógica permanece sobre comando da Secretaria de Educação. “Alguns funcionários são substituídos por oficiais convocados, que são escolhidos de forma a não retirar profissionais das ruas. Não é uma intervenção da PM nas escolas. É uma parceria apoiada pela maioria da comunidade”, diz.
No entanto, Miriam Fábia, ex-diretora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), afirma que é um equívoco pensar que há como administrar uma unidade de ensino sem interferir no trabalho pedagógico. “O papel de gestor exige que ele influencie em questões como carga horária, trabalho dos professores e disciplina”. De acordo com Iêda Leal, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Goiás (Sintego), alguns aspectos realmente mudaram. “Na maioria dos colégios militares não há período noturno, e as turmas reduziram. Os professores tiveram que buscar trabalho em outras unidades, para completar sua carga horária”, relata.
A justificativa dada pela SSP para a troca de comando das escolas é o pedido da maioria da população, “pela qualidade de ensino dos colégios militares e as aprovações em vestibulares. Não para conter a violência, como foi divulgado”, diz Nonato. O coronel calcula que 95% dos alunos, pais e professores apoiaram a troca. O discurso é questionado pelo Sintego. “Não houve consulta entre o governo e as comunidades escolares dos colégios militarizados. Os profissionais querem o debate”, critica Iêda.
A presidente do sindicato acredita que os educadores poderiam resolver os problemas das unidades sem o envolvimento da PM. “O Estado fugiu da responsabilidade. Em vez de investir na formação dos docentes, na estrutura escolar e na valorização profissional, preferiu transferir o problema para outra secretaria.” A medida é prejudicial também na opinião de Miriam. “Do ponto de vista dos educadores, não é papel da PM administrar escolas. A tarefa é da Secretaria de Educação. Com isso, se está assumindo a falência do sistema educacional, que as escolas são incapazes de lidar com seus problemas”. Ainda que possa haver projetos conjuntos entre as duas secretarias, Miriam acredita que os dez casos extrapolaram os limites. “As secretarias são instituições diferentes com funções distintas, que devem ser exercidas em sua plenitude”, completa.
A troca de comando nas escolas influencia na confiança da população no trabalho dos educadores, segundo Miriam. “Cria hierarquia entre elas. Isso contribui para a construção do senso comum de que escolas militares são boas e não militares são ruins. Enfraquece a luta dos educadores por escolas unicamente trabalhadas por profissionais formados em educação”, conta.
A professora declara que a administração da PM gera sensação de segurança, mas não extingue a violência nos colégios. “A violência, inegavelmente, faz parte da sociedade. A escola não está isenta dessa realidade, não é uma ilha. Para que a violência nas escolas diminua, os índices de criminalidade também devem diminuir.” Como alternativa, Miriam aponta a maior abertura da escola para a comunidade como redutor de problemas. Por exemplo, disponibilizar a área e os equipamentos didáticos para todos nos fins de semana. “Isso já vem sendo utilizado com sucesso em áreas tradicionalmente violentas. Diminui a depredação e gera respeito.” Defende ainda atividades coletivas que envolvam pais, alunos e professores.
Coronel Nonato ressalta que combater a violência não foi o foco da transformação dos colégios, ainda que impacte na questão pela presença da farda no ambiente escolar. “Naturalmente, o desvio de conduta se torna mais raro. Há o constante risco de ser preso.” Procurada pela reportagem, a Secretaria de Educação afirmou que o órgão que está comentando o assunto é a SSP.
Cobrança irregular de taxas foi revertida após intervenção do MP
Com novas escolas militares já em funcionamento, coronel Nonato afirma que a adaptação dos antigos alunos vem sendo tranquila. “Geralmente não existe choque e, se existir, será trabalhado pela coordenação com os pais e o aluno. A mudança cria até motivação a eles, com as novas atividades.”

Miriam também acredita que parte dos estudantes reage bem à nova organização, ao rigor e ao ambiente conservador, mas não são todos. “Os alunos pobres que não se adaptam, porém, não têm alternativa. O pagamento de taxas e a compra de material escolar e uniforme incomodam os pais, por menor que seja o valor”, defende.
Miriam se refere às cobranças de taxa de matrícula e mensalidade que passaram a ser obrigatórias após a militarização no Colégio Fernando Pessoa, em Valparaíso. O fato levou à intervenção do Ministério Público de Goiás (MP). “É permitido que escolas militares peçam contribuições voluntárias aos pais dos alunos matriculados, cujo valor é definido através de reuniões entre a direção da escola e o conselho dos pais. Porém, a cobrança compulsória é proibida. Não há discussão sobre isso”, explica Simone Disconsi, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Educação do MP.
A ação do MP foi promovida em 22 de janeiro e deferida seis dias depois. “O Estado passa a ficar obrigado a garantir que os pais que não têm condições de arcar com as despesas possam matricular seus filhos em Valparaíso.” Segundo Simone, o caso se tornou ainda mais grave por ter ocorrido no período de adaptação após as mudanças. Em outras escolas recentemente transformadas em militares, como em Cidade de Goiás, Inhumas e Novo Gama, o pagamento das taxas passou a ser obrigatório. Porém, após pedido do MP, a situação irregular acabou. Segundo a SSP, 100% do valor arrecadado é revertido para a própria instituição de ensino, por meio de compras de equipamentos, promoção de atividades e eventos e quitação de despesas da unidade de ensino.
Os colégios
Confira, abaixo, as dez escolas públicas estaduais de Goiás que passaram a ser administradas pela Polícia Militar em 2014:

Colégio Clementina Rangel de Moura (Formosa)
Colégio Fernando Pessoa (Valparaíso)
Colégio José Carrilho (Goianésia)
Colégio José de Alencar (Novo Gama)
Colégio Manoel Vila Verde (Inhumas)
Colégio Nestório Ribeiro (Jataí)
Colégio Polivalente Gabriel Issa (Anápolis)
Colégio Professor João Augusto Perillo (Cidade de Goiás)
Colégio Tomaz Martins da Cunha (Porangatu)
Escola Pedro Ludovico (Quirinópolis)

'Geração do diploma' lota faculdades, mas decepciona empresários

Nunca tantos brasileiros chegaram às salas de aula das universidades, fizeram pós-graduação ou MBAs. Mas, ao mesmo tempo, não só as empresas reclamam da oferta e qualidade da mão-de-obra no país como os índices de produtividade do trabalhador custam a aumentar.
Na última década, o número de matrículas no ensino superior no Brasil dobrou, embora ainda fique bem aquém dos níveis dos países desenvolvidos e alguns emergentes. Só entre 2011 e 2012, por exemplo, 867 mil brasileiros receberam um diploma, segundo a mais recente Pesquisa Nacional de Domicílio (Pnad) do IBGE.
"Mas mesmo com essa expansão, na indústria de transformação, por exemplo, tivemos um aumento de produtividade de apenas 1,1% entre 2001 e 2012, enquanto o salário médio dos trabalhadores subiu 169% (em dólares)", diz Rafael Lucchesi, diretor de educação e tecnologia na Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A decepção do mercado com o que já está sendo chamado de "geração do diploma" é confirmada por especialistas, organizações empresariais e consultores de recursos humanos.
"Os empresários não querem canudo. Querem capacidade de dar respostas e de apreender coisas novas. E quando testam isso nos candidatos, rejeitam a maioria", diz o sociólogo e especialista em relações do trabalho da Faculdade de Economia e Administração da USP, José Pastore.
Entre empresários, já são lugar-comum relatos de administradores recém-formados que não sabem escrever um relatório ou fazer um orçamento, arquitetos que não conseguem resolver equações simples ou estagiários que ignoram as regras básicas da linguagem ou têm dificuldades de se adaptar às regras de ambientes corporativos.
"Cadastramos e avaliamos cerca de 770 mil jovens e ainda assim não conseguimos encontrar candidatos suficientes com perfis adequados para preencher todas as nossas 5 mil vagas", diz Maíra Habimorad, vice-presidente do DMRH, grupo do qual faz parte a Companhia de Talentos, uma empresa de recrutamento. "Surpreendentemente, terminanos com vagas em aberto."
Outro exemplo de descompasso entre as necessidades do mercado e os predicados de quem consegue um diploma no Brasil é um estudo feito pelo grupo de Recursos Humanos Manpower. De 38 países pesquisados, o Brasil é o segundo mercado em que as empresas têm mais dificuldade para encontrar talentos, atrás apenas do Japão.
É claro que, em parte, isso se deve ao aquecimento do mercado de trabalho brasileiro. Apesar da desaceleração da economia, os níveis de desemprego já caíram para baixo dos 6% e têm quebrado sucessivos recordes de baixa.
Mas segundo um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) divulgado nesta semana, os brasileiros com mais de 11 anos de estudo formariam 50% desse contingente de desempregados.
"Mesmo com essa expansão do ensino e maior acesso ao curso superior, os trabalhadores brasileiros não estão conseguindo oferecer o conhecimento específico que as boas posições requerem", explica Márcia Almstrom, do grupo Manpower.
Causas
Especialistas consultados pela BBC Brasil apontam três causas principais para a decepção com a "geração do diploma".

A principal delas estaria relacionada a qualidade do ensino e habilidades dos alunos que se formam em algumas faculdades e universidades do país.
Os números de novos estabelecimentos do tipo criadas nos últimos anos mostra como os empresários consideram esse setor promissor. Em 2000, o Brasil tinha pouco mais de mil instituições de ensino superior. Hoje são 2.416, sendo 2.112 particulares.
"Ocorre que a explosão de escolas superiores não foi acompanhada pela melhoria da qualidade. A grande maioria das novas faculdades é ruim", diz Pastore.
Tristan McCowan, professor de educação e desenvolvimento da Universidade de Londres, concorda. Há mais de uma década, McCowan estuda o sistema educacional brasileiro e, para ele, alguns desses cursos universitários talvez nem pudessem ser classificados como tal.
"São mais uma extensão do ensino fundamental", diz McCowan. "E o problema é que trazem muito pouco para a sociedade: não aumentam a capacidade de inovação da economia, não impulsionam sua produtividade e acabam ajudando a perpetuar uma situação de desigualdade, já que continua a ser vedado à população de baixa renda o acesso a cursos de maior prestígio e qualidade."
Para se ter a medida do desafio que o Brasil têm pela frente para expandir a qualidade de seu ensino superior, basta lembrar que o índice de anafalbetismo funcional entre universitários brasileiros chega a 38%, segundo o Instituto Paulo Montenegro (IPM), vinculado ao Ibope.
Na prática, isso significa que quatro em cada dez universitários no país até sabem ler textos simples, mas são incapazes de interpretar e associar informações. Também não conseguem analisar tabelas, mapas e gráficos ou mesmo fazer contas um pouco mais complexas.
De 2001 a 2011, a porcentagem de universitários plenamente alfabetizados caiu 14 pontos - de 76%, em 2001, para 62%, em 2011. "E os resultados das próximas pesquisas devem confirmar essa tendência de queda", prevê Ana Lúcia Lima, diretora-executiva do IPM.
Segundo Lima, tal fenômeno em parte reflete o fato da expansão do ensino superior no Brasil ser um processo relativamente recente e estar levando para bancos universitários jovens que não só tiveram um ensino básico de má qualidade como também viveram em um ambiente familiar que contribuiu pouco para sua aprendizagem.
"Além disso, muitas instituições de ensino superior privadas acabaram adotando exigências mais baixas para o ingresso e a aprovação em seus cursos", diz ela. "E como consequência, acabamos criando uma escolaridade no papel que não corresponde ao nível real de escolaridade dos brasileiros."
Postura e experiência
A segunda razão apontada para a decepção com a geração de diplomados estaria ligada a "problemas de postura” e falta de experiência de parte dos profissionais no mercado.

"Muitos jovens têm vivência acadêmica, mas não conseguem se posicionar em uma empresa, respeitar diferenças, lidar com hierarquia ou com uma figura de autoridade”, diz Marcus Soares, professor do Insper especialista em gestão de pessoas.
"Entre os que se formam em universidades mais renomadas também há certa ansiedade para conseguir um posto que faça jus a seu diploma. Às vezes o estagiário entra na empresa já querendo ser diretor.”
As empresas, assim, estão tendo de se adaptar ao desafio de lidar com as expectativas e o perfil dos novos profissionais do mercado – e em um contexto de baixo desemprego, reter bons quadros pode ser complicado.
Para Marcelo Cuellar, da consultoria de recursos humanos Michael Page, a falta de experiência é, de certa forma natural, em função do recente ciclo de expansão econômica brasileira.
"Tivemos um boom econômico após um período de relativa estagnação, em que não havia tanta demanda por certos tipos de trabalhos. Nesse contexto, a escassez de profissionais experientes de determinadas áreas é um problema que não pode ser resolvido de uma hora para outra", diz Cuellar.
Nos últimos anos, muitos engenheiros acabaram trabalhando no setor financeiro, por exemplo.
"Não dá para esperar que, agora, seja fácil encontrar engenheiros com dez ou quinze anos de experiência em sua área – e é em parte dessa escassez que vem a percepção dos empresários de que ‘não tem ninguém bom’ no mercado", acredita o consultor.
"Tradição baicharelesca"
Por fim, a terceira razão apresentada por especialistas para explicar a decepção com a "geração do diploma” estaria ligada a um desalinhamento entre o foco dos cursos mais procurados e as necessidades do mercado.

De um lado, há quem critique o fato de que a maioria dos estudantes brasileiros tende a seguir carreiras das ciências humanas ou ciências sociais - como administração, direito ou pedagogia - enquanto a proporção dos que estudam ciências exatas é pequena se comparada a países asiáticos ou alguns europeus.
"O Brasil precisa de mais engenheiros, matemáticos, químicos ou especialistas em bioquímica, por exemplo, e os esforços para ampliar o número de especialistas nessas áreas ainda são insuficientes”, diz o diretor-executivo da Câmara Americana de Comércio (Amcham), Gabriel Rico.
Segundo Rico, as consequências dessas deficiências são claras: "Em 2011 o país conseguiu atrair importantes centros de desenvolvimento e pesquisas de empresas como a GE a IBM e a Boeing”, ele exemplifica. "Mas se não há profissionais para impulsionar esses projetos a tendência é que eles percam relevância dentro das empresas.”
Do outro lado, também há críticas ao que alguns vêem como um excesso de valorização do ensino superior em detrimento das carreiras de nível técnico.
"É bastante disseminada no Brasil a ideia de que cargos de gestão pagam bem e cargos técnicos pagam mal. Mas isso está mudando – até porque a demanda por profissionais da área técnica tem impulsionado os seus salários”, diz o consultor.
Rafael Lucchesi concorda. "Temos uma tradição cultural baicharelesca, que está sendo vencida aos poucos”, diz o diretor da CNI – que também é o diretor-geral do Senai (Serviço Nacional da Indústria, que oferece cursos técnicos).
Segundo Lucchesi, hoje um operador de instalação elétrica e um técnico petroquímico chegam a ganhar R$ 8,3 mil por mês. Da mesma forma, um técnico de mineração com dez anos de carreira poderia ter um salário de R$ 9,6 mil - mais do que ganham muitos profissionais com ensino superior.
"Por isso, já há uma procura maior por essas formações, principalmente por parte de jovens da classe C, mas é preciso mais investimentos para suprir as necessidades do país nessa área”, acredita.[Fonte: Yahoo]