Brasil fica em penúltimo lugar em ranking global de qualidade de educação


O Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking global de educação que comparou 40 países levando em conta notas de testes e qualidade de professores, dentre outros fatores.
A pesquisa foi encomendada à consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países. 

Em primeiro lugar está a Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong.

Os 40 países foram divididos em cinco grandes grupos de acordo com os resultados. Ao lado do Brasil, mais seis nações foram incluídas na lista dos piores sistemas de educação do mundo: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste asiático que figura na última posição. 

Os resultados foram compilados a partir de notas de testes efetuados por estudantes desses países entre 2006 e 2010. Além disso, critérios como a quantidade de alunos que ingressam na universidade também foram empregados. 


Para Michael Barber, consultor-chefe da Pearson, as nações que figuram no topo da lista valorizam seus professores e colocam em prática uma cultura de boa educação.

Ele diz que no passado muitos países temiam os rankings internacionais de comparação e que alguns líderes se preocupavam mais com o impacto negativo das pesquisas na mídia, deixando de lado a oportunidade de introduzir novas políticas a partir dos resultados.
Dez anos atrás, no entanto, quando pesquisas do tipo começaram a ser divulgadas sistematicamente, esta cultura mudou, avalia Barber.
"A Alemanha, por exemplo, se viu muito mais abaixo nos primeiros rankings Pisa [sistema de avaliação europeu] do que esperava. O resultado foi um profundo debate nacional sobre o sistema educacional, sérias análises das falhas e aí políticas novas em resposta aos desafios que foram identificados. Uma década depois, o progresso da Alemanha rumo ao topo dos rankings é visível para todos".
No ranking da EIU-Person, por exemplo, os alemães figuram em 15º lugar. Em comparação, a Grã-Bretanha fica em 6º, seguida da Holanda, Nova Zelândia, Suíça, Canadá, Irlanda, Dinamarca, Austrália e Polônia.
Cultura e impactos econômicos 
Tidas como "super potências" da educação, a Finlândia e a Coreia do Sul dominam o ranking, e na sequência figura uma lista de destaques asiáticos, como Hong Kong, Japão e Cingapura.

Alemanha, Estados Unidso e França estão em grupo intermediário, e Brasil, México e Indonésia integram os mais baixos.
O ranking é baseado em testes efetuados em áreas como matemática, ciências e habilidades linguísticas a cada três ou quatro anos, e por isso apresentam um cenário com um atraso estatístico frente à realidade atual.
Mas o objetivo é fornecer uma visão multidimensional do desempenho escolar nessas nações, e criar um banco de dados que a Pearson chama de "Curva do Aprendizado".
Ao analisar os sistemas educacionais bem-sucedidos, o estudo concluiu que investimentos são importantes, mas não tanto quanto manter uma verdadeira "cultura" nacional de aprendizado, que valoriza professores, escolas e a educação como um todo.
Daí o alto desempenho das nações asiáticas no ranking.
Nesses países o estudo tem um distinto grau de importância na sociedade e as expectativas que os pais têm dos filhos são muito altas.
Comparando a Finlândia e a Coreia do Sul, por exemplo, vê-se enormes diferenças entre os dois países, mas um "valor moral" concedido à educação muito parecido.
O relatório destaca ainda a importância de empregar professores de alta qualidade, a necessidade de encontrar maneiras de recrutá-los e o pagamento de bons salários.
Há ainda menções às consequências econômicas diretas dos sistemas educacionais de alto e baixo desempenho, sobretudo em uma economia globalizada baseada em habilidades profissionais. 

Veja como ficou o ranking Pearson-EIU:

1. Finlândia 
2. Coreia do Sul 
3. Hong Kong 
4. Japão 
5. Cingapura 
6. Grã-Bretanha 
7. Holanda 
8. Nova Zelândia 
9. Suíça 
10. Canadá 
11. Irlanda 
12. Dinamarca 
13. Austrália 
14. Polônia 
15. Alemanha 
16. Bélgica 
17. Estados Unidos 
18. Hungria 
19. Eslováquia 
20. Rússia 
21. Suécia 
22. República Tcheca 
23. Áustria 
24. Itália 
25. França 
26. Noruega 
27. Portugal 
28. Espanha 
29. Israel 
30. Bulgária 
31. Grécia 
32. Romênia 
33. Chile 
34. Turquia 
35. Argentina 
36. Colômbia 
37. Tailândia 
38. México 
39. Brasil 
40. Indonésia

[Fonte: IG]

Anunciado em 2011, projeto do MEC não entregou nenhum tablet


Anunciada em 2011 pelo Ministério da Educação (MEC), a distribuição dos aparelhos estava prevista para iniciar ainda em 2012 - Foto: Getty Images
A menos de um mês para o fim do ano letivo, o programa nacional de distribuição de tablets para professores de ensino médio da rede estadual não entregou nenhum aparelho. Anunciada em 2011 pelo Ministério da Educação (MEC), a distribuição dos aparelhos estava prevista para iniciar ainda em 2012.
Em fevereiro deste ano, o ministro Aloizio Mercadante afirmou que cerca de R$ 150 milhões seriam utilizados para comprar e distribuir 600 mil tablets ainda em 2012. Até o início do mês de novembro, segundo o MEC, o valor total do projeto, cerca de R$ 330 milhões, foi utilizado pelos estados que aderiram ao programa para adquirir 409.793 dos 900 mil tablets que devem ser distribuídos até 2013. Ainda de acordo com o ministério, o atraso na distribuição dos aparelhos se deve à variação no prazo de entrega, que depende dos contratos feitos por cada estado.
No Pará, segundo a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a primeira remessa de 12.458 tablets, que serão utilizados em 545 escolas, está em processo de aquisição, e o treinamento dos professores começará em 2013. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação da Bahia, o estado já fechou contrato com uma fabricante de tablets, mas não possui informações sobre a data de entrega dos produtos. No Rio de Janeiro, a Secretaria de Educação estima que 34.340 tablets sejam distribuídos em dezembro. Com investimento de cerca de R$ 9,5 milhões, o Paraná pretende distribuir 27 mil tablets de 7 e 10 polegadas para os professores da rede estadual até janeiro de 2013, além de comprar mais 5 mil, para estoque de reserva.
Nos dois estados mais populosos do País, a distribuição dos tablets também não começou ainda. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, os 73 mil aparelhos estão previstos para serem distribuídos a partir de dezembro, enquanto em Minas Gerais, de acordo com a assessoria da secretaria de educação do estado, 66.294 tablets poderão ser utilizados pelos professores do ensino médio apenas em 2013.
Fabricados no Brasil pelas empresas CCE Digibras e Positivo Informática, os tablets terão a distribuição restrita a escolas da rede estadual, em áreas urbanas e com internet banda larga sem fio. Amapá e Maranhão são os únicos estados que não aderiram ao programa. Com 7 ou 10 polegadas e conteúdos de disciplinas como física e química traduzidos de portais em inglês, os tablets devem chegar a institutos federais e escolas da rede municipal em um segundo estágio do programa, e sem recursos federais nessas últimas, segundo o MEC.
Programa não prevê capacitação de professores
O uso dos tablets em sala de aula já vem sendo adotado em diversos países, e pode ser sinônimo de melhora no desempenho escolar, segundo pesquisa da norte-americana Abilene Christian University. Após três anos de estudos com estudantes da própria universidade, os pesquisadores afirmaram que aqueles que utilizaram seus iPads para anotar os conteúdos vistos em sala de aula apresentaram um desempenho 25% maior em relação aos colegas que escreveram a matéria no caderno.

No caso do programa do MEC, no entanto, a falta de uma definição de estratégias de utilização das ferramentas e capacitação dos professores, gera um pessimismo entre especialistas em educação. "As expectativas não são muito boas, pois programas como esse já nascem enviesados; não se pensa na formação do professor e na infraestrutura das escolas. Essas iniciativas devem ser bem planejadas, pois a tecnologia tem cada vez mais relevância no processo educacional, e a garotada precisa aprender a usar materiais multimídia que interessem a eles, que evitem que o ensino se torne tedioso. É muito além de sair por aí comprando equipamento", destaca Luciana Allan, diretora técnica do Instituto Crescer para a Cidadania, que trabalha com projetos educacionais e tem sede em São Paulo (SP).
Além do programa federal, iniciativas dos próprios estados já levam tablets para as salas de aula do ensino médio de colégios públicos. Em Pernambuco, a secretaria de educação implantou, em 2008, o Professor Conectado, que forneceu notebooks para todos os professores da rede estadual e internet sem fio em 450 escolas estaduais. Até o final de 2013, o órgão pretende levar rede sem fio a todas as 1,1 mil escolas da rede. Além de aderir ao programa do MEC, encomendando 18 mil tablets para os professores do ensino médio (ainda sem previsão de entrega), a secretaria está distribuindo, desde julho deste ano, tablets para os estudantes da rede estadual do 2º e do 3º anos do ensino médio, em 750 escolas.
Segundo o secretário de educação do estado, Anderson Gomes, o programa teve um custo de R$ 115 milhões, e até meados de novembro, 170 mil tablets devem ser utilizados pelos alunos pernambucanos. "Houve atrasos sim, mas eles foram superados, e os alunos estão recebendo normalmente os tablets. É cedo para dizer qual o impacto do programa, e a discussão deve ultrapassar a necessidade ou não de ter o tablet, pois não podemos pensar mais em um ambiente onde o estudante não tem contato com a tecnologia, que é uma ferramenta adicional para obtenção de informação", destaca.
Uma das primeiras escolas a receber os tablets do governo de Pernambuco, o Ginásio Pernambucano conta com 700 alunos no ensino médio, e cerca de 470, matriculados nos dois últimos anos, utilizam os tablets desde julho. Segundo a gestora geral do colégio, Neuza Pontes de Mendonça, os estudantes podem levar o produto para casa, mas só utilizam a ferramenta em aula com a autorização do professor.
Apesar de destacar como positivo o uso dos tablets no ambiente escolar, com o aumento do interesse dos estudantes por pesquisas relacionadas com disciplinas estudadas na sala de aula, Neuza ressalta a falta de orientação prévia aos alunos e professores sobre o conteúdo disponível nos tablets antes do recebimento dos produtos. "Não houve diretamente um projeto pedagógico, uma preparação anterior. Passamos a entender o funcionamento do tablet apenas quando ele chegou na escola. Não houve grandes dificuldades, e os alunos estão aproveitando a ferramenta como um recurso pedagógico na elaboração de trabalhos e blogs, mas se nós soubéssemos quais conteúdos seriam distribuídos, o uso teria sido mais fácil", afirma. [Fonte: Terra]

Barbosa nega liminar que questionava piso salarial de professores


O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou liminar que pretendia alterar o regime de pagamento do piso nacional de professores. Governadores de seis Estados - Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina - alegavam que o critério de reajuste era ilegal. A decisão de Barbosa é liminar, e a ação ainda será analisada no mérito.
O piso nacional dos professores foi criado com uma lei de 1998, declarada constitucional pelo STF em abril do ano passado. Um dos artigos da lei estipula que o piso deve ser atualizado anualmente em janeiro, segundo índice divulgado pelo Ministério da Educação.
Para os seis Estados que acionaram o Supremo, a adoção de um critério da Administração Federal para o aumento da remuneração tem várias ilegalidades e agride a autonomia dos estados e municípios para elaborar seus próprios orçamentos.
Em sua decisão, Barbosa argumenta que a inconstitucionalidade da forma de reajuste já poderia ter sido questionada na ação julgada pelo STF em 2011, o que não ocorreu. "Essa omissão sugere a pouca importância do questionamento ou a pouco ou nenhuma densidade dos argumentos em prol da incompatibilidade constitucional do texto impugnado".
Segundo o ministro, a lei prevê que a União complemente os recursos locais para atendimento do novo padrão de vencimentos, e a suposição de que isso não ocorrerá é um juízo precoce. "Sem a prova de hipotéticos embaraços por parte da União, a pretensão dos requerentes equivale à supressão prematura dos estágios administrativo e político previstos pelo próprio ordenamento jurídico para correção dos déficits apontados", destacou Barbosa. [Fonte: Terra]

Com lei que limita alunos por sala, País terá de criar 16 mil turmas


Um projeto recém-aprovado pelo Senado que prevê um limite de 25 alunos por sala nas séries iniciais da escolarização, se passar pela Câmara e for sancionado pela presidente Dilma Rousseff, fará com que o Brasil precise criar 16.622 turmas de pré-escola e dos dois primeiros anos do ensino fundamental. A mudança exige uma série de adaptações que demandam investimento financeiro e planejamento rigoroso desde o espaço físico até a capacitação de docentes das redes de ensino. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A média de alunos matriculados nessas séries no País, atualmente, é de 29 por sala, considerando instituições públicas e privadas. A diminuição para 25 estudantes parece pouco, mas teria grande impacto na adequação à lei, principalmente nas grandes cidades. O projeto foi elogiado pedagogicamente, pois é nessa fase inicial que o atendimento individualizado e a avaliação contínua são mais necessários. Porém, somente em São Paulo, por exemplo, seriam necessárias 3.053 turmas para abrigar 76.333 alunos que estariam excedentes com a mudança. Patrícia Mota Guedes, especialista em gestão educacional da Fundação Itaú Social, sugere que as redes estaduais e municipais trabalhem na proporção de adultos para crianças. "Uma sala com 30 alunos e dois professores é melhor do que uma turma com 20 crianças e só um docente", afirma. [Fonte: Terra]

Estudante é premiada por criar índice de desigualdade de gênero


Mulheres e homens têm acesso praticamente igual à educação no Brasil, mas quando se fala em política e economia, os homens têm vantagem considerável. Eles estão em cerca de 54,4 milhões de posições no mercado de trabalho, enquanto elas ocupam 43 milhões. O peso também está no orçamento do final do mês: na média, os homens ganham R$ 4,9 por hora a mais que as mulheres em cargos semelhantes. Na política, são 2.013 homens e 292 mulheres no poder.
Os dados foram estão no trabalho A Mensuração da Desigualdade de Gênero: um Índice para os Estados Brasileiros, da estudante de economia Luísa Cardoso, premiado pelo Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF). Luísa propõe a criação do Índice Nacional de Desigualdade de Gênero (INDG) capaz de medir, por Estado, o acesso das mulheres à educação, saúde, economia e política.
A estudante se baseia no Índice Global de Desigualdade de Gênero (do inglês Global Gender Gap Index - GGGI) medido pelo Fórum Econômico Mundial em 135 países, no qual, em 2012, o Brasil aparece em 62º lugar. "O Brasil não possui um índice próprio. O GGGI considera variáveis que não fazem parte da nossa realidade. O INDG seria uma forma de monitoramento das desigualdades brasileiras e pode ser atualizado constantemente", justifica a autora.
Com base em dados de 2009, 2010 e 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Congresso Nacional e outros bancos de dados oficiais, ela aplicou a escala internacional de 0 a 1, na qual quanto mais próximo a 1, maior o nível de igualdade para cada Estado brasileiro. No total, o Brasil obteve 0,71 ponto. Se utilizado o INDG, o país estaria na 45ª posição no ranking mundial.
Na escala, Santa Catarina, com 0,676, aparece como o Estado mais desigual, enquanto Rio Grande do Norte (0,779), como o Estado com maior igualdade de acesso, seguido por Roraima (0,776) e Maranhão (0,768). O resultado mostra que a desigualdade não está ligada a uma menor renda, já que o Rio Grande do Norte tem quase metade (R$ 456,94) da renda per capita de Santa Catarina (R$ 864,51) de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad) 2009.
"O Brasil tem uma desigualdade regional imensa. Mensurar isso com dados nacionais é mais interessante e confiável. Embora a discriminação por gênero, uma das principais causas da desigualdade, não possa ser medida por dados quantitativos, ela continua existindo na sociedade como um todo'', afirma a integrante do colegiado de gestão do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), a socióloga Nina Madsen.
A socióloga explica que a discriminação começa na educação e se estende ao mercado de trabalho, prejudicando os salários e as promoções de mulheres a altos cargos. Segundo Nina, um dos fatores da diferenciação é que as mulheres ainda são responsáveis ao mesmo tempo pela produção e reprodução, o que faz com que acumulem funções.
O acesso à economia teve pontuação 0,730, quase igual ao índice nacional. Já a política foi a área com os menores índices: o Brasil obteve 0,102. O Estado de Santa Catarina aparece mais uma vez em última posição (0,035), seguido por Paraná (0,044) e Ceará (0,055). Os primeiros lugares também se repetem: são Rio Grande do Norte (0,404), Maranhão (0,321) e Roraima (0,273).
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil aparece como penúltimo País do ranking da América Latina em representatividade política: somente 9% dos candidatos eleitos são mulheres. "É preciso uma reforma de âmbito partidário para inclusão de mulheres. Tem que haver um trabalho de base, de trabalho junto à sociedade, para que as mulheres tenham mais destaque em propagandas políticas", afirma a oficial de Monitoramento e Avaliação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil, Juliana Winceslau.
A secretária nacional de Articulação Institucional e Ações Temáticas da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Vera Soares, afirma que o governo tem se esforçado para diminuir as desigualdades. "Os países mais produtivos são os que têm menor desigualdade de gênero. É onde se aproveita melhor a capacidade produtiva e onde se utiliza o capital humano de maneira mais completa. Ganha o mercado, ganha o governo e ganham as pessoas". Ela informou que a secretaria discute a elaboração de indicadores complexos, como o INDG. [Fonte: Terra]

Portal QEdu


Maior plataforma de dados sobre educação no Brasil é lançada nesta terça-feira
                     Portal QEdu apresenta resultados da Prova Brasil e do Censo Escolar
com recursos interativos e interface intuitiva

Nesta terça-feira, dia 6 de novembro, a Fundação Lemann e a startup Meritt Informação Educacional levaram ao ar o portal QEdu (www.qedu.org.br), a maior plataforma de informações sobre a Educação Básica no Brasil. O portal permite que qualquer pessoa, especialista ou não, encontre dados sobre a qualidade da educação de forma clara e interativa, possibilitando conhecer a fundo o desempenho de nossos estudantes e os fatores a ele relacionados.

Tendo como fontes a Prova Brasil e o Censo Escolar, o QEdu reúne informações detalhadas sobre cada escola, cidade e estado do país, permitindo desde comparações simples até análises mais aprofundadas. Outro diferencial do portal é a disponibilização de um grande banco de dados sobre o perfil dos estudantes, diretores e professores, e um detalhamento sobre as condições de infraestrutura e matrícula nas escolas.

"Um dos maiores desafios foi organizar essa imensa base de dados, transformando diversos números e conceitos em informações relevantes para diferentes públicos”, diz Ricardo Fritsche, co-fundador da Meritt e um dos idealizadores do portal. Alexandre Oliveira, também co-fundador da startup, complementa: "Criamos uma ferramenta bastante interativa, que permite uma compreensão intuitiva e muito mais clara dos dados apresentados".

O QEdu é uma plataforma gratuita e aberta, com foco em públicos como gestores educacionais, jornalistas e interessados em educação. Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann, ressalta a importância da plataforma no debate sobre educação brasileira. “Ainda que o Brasil tenha muitos dados educacionais disponíveis, eles não são amplamente divulgados ou efetivamente utilizados pelos gestores. O objetivo do QEdu é mudar esse cenário e, com isso, ajudar a melhorar o desempenho dos alunos”.

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Deputados apresentam nova proposta para reajuste a professores


Integrantes da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados e do grupo de trabalho criado para discutir o reajuste do magistério, além de representantes dos professores e estudantes, apresentaram nesta quarta-feira uma proposta de novo cálculo para o reajuste do piso nacional dos professores do ensino básico. As informações são da Agência Câmara de Notícias.
Pela proposta, o aumento seria calculado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais 50% da variação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) do ano anterior. Para 2013, a estimativa é de reajuste entre 9% e 12%.
"É uma proposta consensual que garante ao professor um ganho real além da reposição da inflação", defende a coordenadora do grupo de trabalho e da Frente Parlamentar em Defesa do Piso dos Professores, deputada Fátima Bezerra (PT-RN). Alguns governadores e prefeitos defendem que o reajuste seja feito com base apenas na inflação.
Criado em março pelo presidente Marco Maia, o grupo realizou uma série de reuniões e audiências públicas com trabalhadores, estudantes e gestores municipais, além do governo federal para chegar a este entendimento.
Segundo os deputados, a proposta garante um salário mais junto aos professores do ensino básico, acima do piso previsto pela Lei 11.738/08 e fixado, hoje, em R$ 1.451. "É um mecanismo de valorização do professor que precisa ser bem remunerado pelo trabalho importante que desempenha na formação das nossas crianças", disse o presidente da Comissão de Educação, Newton Lima (PT-SP). [Fonte: Terra]

Universidades holandesas oferecem vagas em mais de 1,5 mil cursos


Estão abertas as inscrições para programas de ensino superior das universidades holandesas. Ao todo, são mais de 1,5 mil cursos, ministrados em inglês, entre graduação, mestrado, MBA, doutorado e outras especializações. Para se candidatar a uma vaga, o estudante deve buscar o curso desejado no site da Neso Brazil, fundação que representa o ensino superior holandês no Brasil, e entrar em contato diretamente com a instituição de interesse. Se aprovado, a universidade se responsabiliza pelos trâmites do visto estudantil.
Para se candidatar, é preciso enviar até o final de janeiro os documentos para admissão, que são certificado de proficiência na língua inglesa e documentos que comprovem grau de escolaridade. Os documentos devem apresentar tradução juramentada para o inglês.
A Nuffic Neso Brazil explicará os procedimentos em uma palestra online, no site www.ustream.tv/channel/nuffic-neso-brazil a partir das 20hs.
Bolsas de estudo
Ao todo, as universidades holandesas oferecem mais de 60 oportunidades de bolsas de estudo para brasileiros, e todas exigem bom desempenho acadêmico como principal requisito. Fora isso, existe o programa do governo holandês, a participação no projeto brasileiro Ciência sem Fronteiras e financiamentos globais, como Erasmus Mundus e Banco Mundial. [Fonte: Terra]

Escassez de professores ameaça metas mundiais para educação


Um comunicado assinado por quatro chefes de agências da ONU (Organização das Nações Unidas) alerta para a necessidade de que os governos corrijam um déficit de mais de 10 milhões de professores até 2015. O texto destaca, entre outros pontos, o papel crucial que os educadores desempenham na recuperação de desastres naturais e conflitos.
"Sem um número suficiente de professores capacitados e profissionalmente motivados, corremos o risco de ficar aquém da promessa feita há dez anos no Fórum Mundial de Educação para as crianças e a juventude: educação para todos até 2015. Isto porque os professores são o coração do sistema de ensino", declararam os chefes de agências.
"O baixo nível social, baixo salário e más condições de trabalho violam os direitos dos professores, ao mesmo tempo que desencorajam talentosos jovens a ingressar e permanecer na profissão docente. A situação deve ser corrigida em um momento em que o mundo precisa de um número estimado de 10,3 milhões de novos professores para atingir os objetivos de educação internacionalmente acordados até 2015", acrescentaram.
Em uma discussão, professores do Haiti, Israel, Lesoto, Mali, Laos e França compartilharam suas experiências em lidar com a crise educacional. A apresentação das últimas estatísticas sobre a escassez global de professores e a abertura de uma exposição fotográfica sobre os profissionais da área que trabalham em condições particularmente assustadoras também marcaram a data. [Fonte: Terra]

Quem estuda ganha até três vezes mais


Mais estudo, mais renda. Esta lógica permanece arraigada no imaginário brasileiro como algo inquestionável. Porém, a desigualdade traduzida na diferença salarial entre os níveis de instrução vem caindo há duas décadas. O abismo maior está entre os que concluíram o ensino superior na comparação com os que só estudaram até o ensino médio. Ter diploma universitário garante hoje uma renda 167% maior frente ao último ciclo do ensino obrigatório (ensino médio).
Essa distância, no entanto, já foi maior. Em 2002, o "prêmio" de renda para quem tinha diploma universitário na mão chegava a 192%, o ponto mais alto nas últimas décadas. Em 1995, o abismo era de 134%. Só 12,5% da população ocupada brasileira têm curso superior concluído, e a taxa de desemprego é de 3,8%, frente aos 6,7% da média da força de trabalho:
- Aumentou a oferta de mão de obra com ensino médio, mas não tanto no ensino superior. A demanda por esses profissionais cresceu muito - afirmou Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, que fez os cruzamentos usando a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo IBGE.
Faculdade como carta de alforria
David Marcos de Almeida Neves, de 27 anos, sabe bem o valor do diploma. Para ele, "a faculdade foi uma espécie de carta de alforria". Trabalhando como borracheiro, conseguiu concluir a faculdade de Farmácia:
- Foi muito difícil conciliar trabalho de domingo a domingo, estudo, estágio. Nunca pensei em desistir dos estudos, embora quase tenha largado a faculdade por questões financeiras. Mas valeu a pena, sempre soube que a faculdade seria uma espécie de carta de alforria para mim - disse.
Morador de Piedade, Zona Norte do Rio, ele passou de um salário de trabalho informal de R$ 300 como borracheiro, em 2005, para R$ 2.200 como recém-contratado no emprego de farmacêutico. Sua vida mudou. Na época, ele economizava o que podia para pagar a faculdade de R$ 800 mensais.
Além de seu trabalho, ele contava com um financiamento do Fies, programa governamental que garantiu 50% de sua mensalidade, e da ajuda de pais e tios. Mas não foram dias fáceis.
- A questão não é só financeira, a faculdade me permitiu conhecer mais pessoas, mais culturas e me abriu um leque de oportunidades. Já fui convidado a dar aula, trabalhar em hospital, sempre existe a possibilidade de ir para a indústria farmacêutica - afirmou David, atualmente responsável por uma drogaria no Leblon, Zona Sul do Rio. Ele agora quer fazer pós-graduação e aprender inglês, e já comprou até uma casa.
Diante do aumento da oferta de trabalhadores com o ensino médio completo, a diferença salarial entre quem concluiu o antigo segundo grau e os que têm só o ensino fundamental caiu com força. Em 1995, a distância salarial era de 44%; em 2011, estava em 23%.
- Houve grande expansão de matrículas, mas a economia não estava demandando no mesmo ritmo. A procura é por mais qualificados, com ensino superior e pós-graduação e até menos qualificados. Por isso, caiu esse retorno da educação - disse Menezes Filho.
Até mesmo no ensino superior, a mão de obra partiu mais para área de Humanas, como pedagogia e administração. Agora, com a economia mais aquecida, cursos como engenharia e medicina começam a aumentar, comentou Menezes Filho.
Rafael Osório, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vê o encurtamento dessa distância salarial como um passo na direção dos países desenvolvidos:
- E esse padrão veio para ficar. Isso é bom. Diminui a desigualdade. Não há esse diferencial de renda entre os que cursaram o ensino superior e o médio na Dinamarca, na Finlândia, na Suécia. Temos que nos acostumar com uma estrutura de incentivos mais enxuta. O ensino médio não confere mais o grau de proteção de antes.
Menos de 0,9% tem mestrado ou doutorado
Para Osório, o trabalhador brasileiro não pode parar no ensino superior, tem que perseguir especialização. Conseguir concluir um mestrado e o doutorado faz disparar o salário. Segundo dados da Pnad, são 92,5 milhões de ocupados e, destes, apenas 771.409 têm mestrado ou doutorado. Ou seja, um percentual inferior a 0,9% do total de ocupados no país. Assim, o salário dobra em relação aos que têm diploma universitário e fica 426% maior frente a quem só concluiu o ensino médio.
Quer dizer, a diferença vem caindo, mas o prêmio por mais educação que o mercado paga ainda é altíssimo nos maiores níveis de instrução. E, claro, o emprego é pleno. A taxa de desemprego desse grupo é de apenas 1,4%. Ou seja, estudar ainda vale muito a pena.

Qual a importância dos conteúdos escolares? Saiba mais


"Para que aprender isso? No que que eu vou usar na minha vida?" Boa parte dos professores já escutou essas perguntas durante as mais variadas aulas. Para muitos estudantes que chegam ao ensino médio com ideias de qual profissão gostariam de seguir, continuar aprendendo sobre os mais variados conteúdos é mera questão de ser aprovado no vestibular ou, no mínimo, reforçar a certeza de quais áreas eles não gostariam de se dedicar de jeito nenhum. Porém, a formulação do currículo escolar procura abarcar conhecimentos que serão aproveitados pelos alunos em qualquer curso superior e no próprio dia a dia.
"O que pode não fazer sentido hoje serve para ter uma formação global generalista que depois vai permitir a ele se tornar um especialista por meio da graduação", explica Célio Tasinafo, professor de História e diretor pedagógico do colégio e cursinho pré-vestibular Oficina do Estudante (SP). "Tudo o que eles acham que 'não serve para nada' é por não ter a dimensão de como as áreas específicas estão estruturadas e como esse conteúdo é básico", completa. [Fonte: Terra]
INFOGRÁFICO

10 conteúdos importantes
Conheça melhor a importância de conteúdos cuja utilidade é geralmente questionada pelos estudantes, de acordo com os próprios professores

Por que apenas 2% dos estudantes querem seguir a carreira de professor?


Conforme pesquisa, o magistério brasileiro segue o caminho inverso ao de países desenvolvidos, nos quais a atividade conta com bons salários e disputa por vagas


O desafio da educação brasileira não se resume a estimular crianças e adolescentes a aprender. Exige, também, encontrar quem se disponha a ensiná-los. Nas últimas décadas, a perda de interesse dos jovens pela carreira de professor dificulta a seleção de educadores em quantidade e qualidade suficientes para garantir o salto de desempenho que se espera nas escolas. Ao cativar o interesse de apenas 2% dos estudantes do ensino médio, conforme demonstrado pela pesquisa A Atratividade da Carreira Docente no Brasil, o magistério brasileiro segue caminho inverso ao de países desenvolvidos.


Em lugares como Japão, Finlândia ou Coreia do Sul, todos com ensino de excelência, a atividade conta com bons salários, reconhecimento social e por isso é capaz de peneirar candidatos entre os melhores alunos. No país, os baixos rendimentos, a perda de status e o desgaste do trabalho contribuem para o envelhecimento da categoria e despertam temor em relação ao futuro da profissão.



Em apenas quatro anos, entre 2007 e 2011, as sinopses estatísticas da educação básica revelam que o percentual de educadores com menos de 24 anos caiu de 6% para 5,1% no Brasil, enquanto a proporção de mestres com mais de 50 subiu de 11,8% para 13,8%.



No Rio Grande do Sul, o fenômeno se repete: os educadores mais jovens minguaram de 5% para 4,7%, e os mais velhos avançaram de 16,3% para 18,1%. Para a coordenadora do mestrado profissional em gestão e políticas públicas da Fundação Getúlio Vargas, Regina Pacheco, as razões vão além dos baixos salários.



“Precisamos repensar o trabalho do professor e a carreira no setor público, que segue um modelo de cem anos atrás. Hoje, a concepção de vida é outra, os mais jovens querem ir atrás de oportunidades, enquanto o sistema prevê que fiquem 30 anos fazendo a mesma coisa”, diz ele.



Conforme a pesquisadora, além de dificultar a renovação da categoria, as más condições de trabalho estimulam distorções como excessos de faltas e licenças. Confira, a seguir, um resumo das condições que afugentam novos professores. [Fonte: AN]


Mudança de perfil


Nos últimos anos, o abandono da profissão de professor pelas classes mais altas abriu espaço para um novo perfil: estudantes de colégios públicos, filhos de pais com baixa escolaridade, e que são os primeiros de suas famílias a chegar à universidade. Conforme a pesquisa A Atratividade da Carreira Docente, quanto maior o nível socioeconômico e a escolaridade dos pais, menor a intenção de se tornar educador.


Essas características ilustram o caso da estudante do quarto semestre de pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Nathália Cargnin, 20 anos. Filha de uma ex-doméstica, atualmente auxiliar de serviços gerais, entrou na carreira por força do destino. “Minha mãe se enganou ao fazer a matrícula e, em vez do ensino médio normal, me inscreveu no magistério. Acabei gostando e resolvi seguir a carreira”, conta Nathália.



A escolha da profissão, foi recebida com estranhamento entre amigos – refletindo a pouca apreciação social pela atividade hoje no País.


“Muitas pessoas me diziam que eu era inteligente, não deveria passar o resto da vida cuidando de crianças ou me tornar uma futura grevista”, conta, fazendo referência a sua intenção de trabalhar com educação infantil.

Oferta de baixos salários


A baixa remuneração dos professores brasileiros é um dos temas mais recorrentes para explicar a pouca atratividade da carreira no País – e os números confirmam essa avaliação. Uma série de comparações revela que o salário dos educadores do Brasil está entre os mais baixos do mundo.

Conforme uma das análises mais recentes, realizada este mês pela Metas – Avaliação e Proposição de Políticas Sociais a pedido do UOL Educação, um educador da rede pública recebe o equivalente a US$ 15,4 mil anuais nas séries finais do ensino fundamental. Comparando-se este valor com os de 37 países que constam em um levantamento divulgado este ano pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil fica acima somente da Indonésia (onde se paga US$ 2,3 mil) e da Argentina.


Más condições de trabalho


Não é só a remuneração insuficiente que espanta os jovens brasileiros da cadeira de professor da educação básica. A infraestrutura deficiente das escolas e o ambiente muitas vezes conturbado atemoriza os possíveis candidatos a mestre. “Há até uma questão de falta de segurança. Escolas públicas sempre enfrentaram situação de pobreza, mas não havia insegurança como agora, ou a crise da autoridade do professor”, avalia a professora e pesquisadora Maria Isabel da Cunha.

A dificuldade para disciplinar os alunos é agravada pela impressão de que falta apoio adequado. Coordenadora da pesquisa A Atratividade da Carreira Docente, Bernardete Gatti, revela que a visão dos alunos é de que os professores ficam abandonados nas escolas. “Os jovens percebem que os professores não têm apoio ou materiais didáticos adequados. A expressão que usam é que o professor fica largado na escola”, comenta Bernardete.


Baixo prestígio da profissão

Os países com melhor desempenho nas avaliações internacionais, como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), implementado pela OCDE, dividem uma característica em comum: professores selecionados entre a fatia de melhores alunos no equivalente à educação básica. Nem sempre estão entre os profissionais mais bem pagos do mercado mas invariavelmente estão entre os trabalhadores com maior reconhecimento social por causa do nível cultural e excelente formação.

Em países como Finlândia, Coreia do Sul e Japão, os professores são respeitados como profissionais de alto nível. No Brasil, o prestígio da profissão caiu nas últimas décadas e hoje se encontra restrito aos mestres do ensino superior. Isso faz com que mesmo quem cursa uma licenciatura muitas vezes evite seguir a carreira à qual estaria habilitado.

Organização e estudo diário são rotina para vencedora do Soletrando

Yasmin Böhm Lewis Esswein, 14 anos, sempre foi uma aluna dedicada. Alfabetizou-se aos cinco anos e desde pequena tomou gosto pela leitura e pelo português. A jovem estuda ao menos uma hora por dia, aumentando o tempo para duas horas aos fins de semana. Não é por acaso que a estudante do nono ano do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA) não errou nenhuma palavra durante as etapas que a levaram à final da competição Soletrando, da qual foi vencedora em 2012.
A palavra que lhe deu o prêmio de R$ 100 mil e o troféu Jorge Amado no fim de setembro foi "endechador", vocábulo que a estudante desconhecia. "Nunca tinha visto a palavra, mas havia estudado etimologia e regras ortográficas, então refleti sobre isso, analisei e cheguei à conclusão da grafia correta", conta, ressaltando que o mais difícil durante a competição foi manter a tranquilidade. "Ela nunca deu chance para adversário, porque sempre acertava todas", orgulha-se a mãe, Carmen Lúcia.
O gosto pela leitura foi incentivado pelos pais, que liam histórias antes dormir desde que a menina tinha dois anos. "Sou muito curiosa e sempre gostei de ler, porque quanto mais leio, mais aprendo", diz Yasmin. Na preparação para o Soletrando, passou a estudar mais do que o normal, auxiliada por um dicionário eletrônico.
Yasmin ingressou no CMPA em 2009. Como não provém de família militar, teve que prestar concurso para entrar no colégio. Já em 2008, aos 10 anos, começou a estudar para o exame. Na época, além de estar matriculada na Escola Escobar, que prepara para o ingresso no Colégio Militar, ela também frequentava um cursinho com o mesmo objetivo. "O CMPA é uma entidade de ponta, e sempre pensamos na possibilidade de ela estudar lá. Quando chegou o momento, a preparamos para isso", conta James, pai da menina. Os três finalistas da edição 2012 do Soletrando eram de colégios militares.
"Cada colégio que estudei tinha suas particularidades, e eu tive uma base muito boa. Se eu sou o que sou hoje é por causa da base que tive, porque aprendi a ler e escrever bem", afirma Yasmin, que também frequentou o colégio Pró-Saber, em Porto Alegre. Além das aulas no CMPA, Yasmin se divide entre aulas de inglês duas vezes por semana e o clube de química às segundas-feiras.
Determinada, Yasmin já sabe o que fazer com o prêmio em dinheiro: economizar para investir em uma provável graduação em odontologia e na especialização em ortodontia. Além da formação profissional, a gaúcha também deve destinar 10% da quantia para uma instituição de caridade. [Fonte: Terra]

Piso nacional de professor terá reajuste menor em 2013


O reajuste do piso nacional do professor deverá ficar abaixo de 10% em 2013, menos da metade dos 21% previstos no início deste ano. O número está sendo finalizado pelos ministérios da Fazenda e da Educação e é usado para corrigir o salário dos docentes da rede pública que lecionam do ensino infantil ao médio. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Com o baixo crescimento da economia brasileira, técnicos do governo admitem que a correção pode ser inferior aos 7,86% registrados em 2010 - o menor desde a definição do piso nacional, há quatro anos. A queda foi comunicada informalmente a alguns secretários de Educação e reacendeu o debate sobre mudanças na fórmula do reajuste. Atualmente, nenhum professor de escola pública pode ganhar menos do que R$ 1.451 mensais para uma jornada de trabalho de 40 horas semanais. O Ministério da Educação (MEC) afirmou, em nota, que a reestimativa de recursos do fundo só é definida no final do ano. "Portanto, qualquer avaliação sobre o volume de reajuste, ou de eventual mudança na fórmula, é precipitada". [Fonte: Terra]

Mundo precisa de mais 1,7 milhão de professores, diz ONU


São necessários mais 1,7 milhão de professores para atingir a educação primária universal até 2015, um dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) estabelecidos pelos países signatários da ONU há 12 anos. O alerta foi feito na sexta-feira por várias agências das Nações Unidas, como Unesco, Unicef e Pnud, a fim de marcar o Dia Mundial dos Professores.
O documento defende o treinamento adequado de professores e à garantia dos direitos dos docentes, incluindo salários justos e a valorização da igualdade e da autonomia profissional.
Em entrevista à Rádio ONU, o brasileiro Alexandre Lopes, eleito em 2012 o melhor professor do estado da Flórida, nos Estados Unidos, explicou a prioridade dele enquanto docente.
"Eu acredito que a educação é a solução de qualquer problema. Quando uma pessoa decide que vai tornar-se um professor, querendo ou não essa pessoa torna-se altruísta. O foco não está mais nessa pessoa, o foco passa a estar nos alunos. O meu dever é para com os meus alunos, antes de ser para comigo mesmo", destacou o professor.
A Unesco ressalta que não pode haver ensino de qualidade sem docentes competentes e motivados. Para marcar a data, a agência da ONU lançou uma estratégia para 2012-2015, que busca diminuir a falta de professores (sobretudo na África Subsaariana), melhorar a qualidade do ensino e promover debates globais sobre educação. [Fonte: Terra]

Aos 12 anos, britânica tem QI maior do que Einstein e Hawking

Olivia Manning tem um quociente de inteligência de 162
Foto: Reprodução

Uma britânica de 12 anos descobriu recentemente que tem um quociente de inteligência de 162, bem acima da média de 100 e maior do que os de Albert Einstein e Stephen Hawking. Por isso, Olivia Manning foi aceita na Mensa, sociedade internacional que reúne pessoas com altos quocientes de inteligência. O resultado a coloca entre o 1% das pessoas mais inteligentes do mundo. As informações são do Daily Mail.
Entrando para o mundo dos gênios, a menina tem agora status de celebridade na escola onde estuda, a North Liverpool Academy em Everton. "Muitas pessoas estão vindo até mim para pedir ajuda com a lição de casa. Eu simplesmente gosto de desafios e de fazer minha mente funcionar", conta Olivia. Ela admite ter um talento especial para absorver e lembrar de novas informações, mas confessa ter ficado "sem palavras" quando descobriu sua pontuação. A britânica conta, ainda, que aprendeu as falas de Macbeth para uma peça em 24 horas.

Olivia terá muito a fazer daqui para frente. "Nós temos dado trabalho extra para ela fazer e vamos querer saber por que ela não está tirando A em tudo", brincou Stacey Meighen, professora e organizadora do clube Mensa na escola, do qual Olivia faz parte. [Fonte: Terra]


Especialista: ensino não está preparado para lidar com 'gênios'


Ter uma inteligência acima da média pode representar facilidade para algumas coisas, mas a falta de preparo e estrutura do sistema de ensino brasileiro para identificar e lidar com esses talentos é apontado por especialistas como a principal dificuldade enfrentada pelos estudantes superdotados, que muitas vezes não são compreendidos na escola.
E quem pode ser considerado um superdotado? Para o Conselho Brasileiro para Superdotação, este perfil resulta de três conjuntos de traços: habilidade acima da média em alguma área de conhecimento, comprometimento com a tarefa e criatividade. A Mensa, sociedade formada por pessoas de alto QI na Inglaterra, entende uma pessoa como superdotada aquela que obtém um resultado de 140 pontos ou mais em um teste de QI padrão. A estimativa é de que 5% da população seja superdotada. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que entre 1,5 milhão e 2,5 milhões de alunos no País sejam detentores de altas habilidades em alguma área do conhecimento.
Integrante destacado de sociedades conhecidas por aceitaram somente pessoas com QI muito alto, como Mensa Brasil, Vertex Society e GenerIQ Society, o gaúcho Eduardo Correa, argumenta que quocientes de inteligência altos não necessariamente são acompanhados de um resultado excelente em um determinado teste. "Se a inteligência fosse dependente do desempenho, alguém com desinteresse em dada atividade, por a considerar fútil, seria classificado como inferior intelectual, mesmo na condição relativa de adulto mental, tal como ocorre no ambiente escolar para aqueles com QI muito superior à média", conclui Correa.
Segundo a presidente da Associação Brasileira para Altas Habilidades/Superdotados (ABAHSD), Erondina Vieira, para falar do processo de identificação de superdotados é importante deixar de lado aquele mito do jovem bom em tudo. "Nós temos uma série de crenças com relação aos superdotados, como acreditar que esses jovens sempre serão geniais em matemática ou física, usarão óculos com lentes grossa e serão introvertidos", afirma Erondina. Ainda segundo a diretora, atualmente é comum encontrarmos superdotados com grandes habilidades em literatura, história, línguas, altas capacidades psicomotoras, entre outras.
Embora existam diversas maneiras de reconhecer um superdotado, seja por meio de testes específicos ou por períodos de observação, algumas características como a criatividade, a persistência, a maturidade precoce e a curiosidade podem ser consideradas traços comuns nessas pessoas. "O período mais difícil de reconhecer um aluno de alto intelecto é na infância. Isso porque as crianças são naturalmente curiosas, então fica mais complexo, por exemplo, separar a curiosidade de uma criança superdotada da de uma criança comum" explica Erondina.
A entidade trabalha, essencialmente, com o processo de observação para seleção de estudantes. Em um período de seis meses a um ano, um educador observa o aluno em questão para avaliá-lo e comprovar suas potencialidades. Geralmente após a identificação, essas instituições recebem o estudante em um turno oposto ao das suas aulas do ensino básico, em uma rotina que incluem exercícios e atividades de acordo com os interesses do superdotado.
Além do acompanhamento adequado, com um corpo técnico composto por professores, doutores, mestres e especialistas, as escolas e associações para superdotados servem como plataforma para o aluno realizar seus projetos pessoais, desenvolvendo ainda mais as suas potencialidades. Segundo Ricardo Pereira, membro e psicólogo supervisor nacional da Mensa, esse tipo de ambiente é ideal para indivíduos com inteligência acima da média explorarem características como a criatividade.
Aos 15 anos, Elizelton Abreu dos Santos cursa o ensino médio, gosta de conversar, ler, mexer no computador e sair com os amigos nas horas vagas. Seria um jovem como muitos outros não fosse sua capacidade intelectual muito acima da média, especialmente em física. No ano passado ele, em um time com mais dois estudantes, foi vice-campeão nas Olimpíada Brasileira de Robótica. "Sempre gostei desse campo de robótica e engenharia, e pretendo pesquisar mais sobre o assunto no futuro", afirma Elizelton.
Quanto mais cedo for identificado esse talento natural, mais fácil adequar o estudante em uma rotina que seja produtiva para ele e para o grupo no qual esteja inserido. "Ao ignorarmos esse quadro, criamos no jovem um comportamento comum a crianças insatisfeitas. Ele se torna o excluído da turma, pois resolve os exercícios com facilidade e pode vir a atrapalhar a aula, é tachado de CDF pelos colegas e, às vezes, se fecha em seu mundo", comenta Erondina. Segundo a educadora, nossas escolas ainda não estão preparadas para filtrar os estudantes especiais de suas instituições. "Perdemos uma quantidade incrível de alunos, que chegam a negar suas altas habilidades para poder se inserir em grupos de convívio, porque as escolas não estão preparadas para lidar com eles", lamenta a presidente. [Fonte: Terra]